Page 21 - Telebrasil - Julho/Agosto 1987
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restante operam com carregadores de cos (muito empregados quando há ne
L seqüência fixa. O output da Fujitsu Fa- cessidade de maior potência). Os atua
I nuc é de 100 robôs, 75 centros de manu- dores elétricos se situam numa faixa de
I fatura e 75 máquinas de eletrodescarga 0,5 kW de energia por kg de peso e hoje
I por mês! favorecem motores especiais de cc, ao
I Assim não é de estranhar que muitos passo que os hidráulicos têm desempe
tipos de fornecedores disputam o cres- nho entre 5 a 10 vezes mais elevados.
I cente mercado da robótica industrial: No dizer do engenheiro Zanatha, um
I tradicionais fabricantes de máquinas- bom atuador deve ter "inércia baixa, ri
I ferramentas (como a Cincinnati); em- gidez alta, velocidade variando conti-
I presas que desenvolveram robôs para nuadamente, baixo atrito e pequenas
fc uso próprio e os vendem a terceiros (GE; folgas mecânicas, além de bom controle
I Bendix; Rena ult); fabricantes especiali- da força com que atua”. Entra-se aqui,
I zados (Unitron); e pequenos e inova- disse ele, num universo em que im
I dores fabricantes. peram as servoválvulas hidráulicas, os
motores de passo e de corrente contínua.
E Engenharia Outro importante mercado indus
trial que ele citou para a robótica são os
I Muita engenharia é necessária para acessórios que adicionados à máquina
I se conseguir um bom robô. Esta máqui- lhe permitirá executar tarefas específi
B na complexa — que deve ser pensada em cas. Uma família destes apetrechos tem
r termo de sistema — engloba o estudo in- A Universidade brasileira, mesmo com es a haver com o transporte de materiais e
¦ tegrado de um ferramental (hardware) cassez de recursos materiais, mostra que aí se incluem ganchos, correias trans
I e de seu correspondente logicial isoft- sabe atuar em tecnologia de ponta. portadoras, mesas rotativas, veículos
I ware). Fazem parte da sua estrutura diversos e até mesmos planos incli
I material os subsistemas mecânico, ele- nados.
I troeletrônico, de acionamento, de pro- ções possíveis de sua operação. A mo Outros atuam como verdadeiros "de
I cessamento e de percepção, e consti- bilidade do robô deve ser vista como o dos mecânicos” que tomam formato de
I tuem seu programa lógico os subsiste- número de articulações simples que ele pinças bi e multidigitais, tentáculos,
I mas de controle, de tratamento das in- possui (vide figura anexa). volumes infláveis e ventosas de diversos
1 formações e de comunicação com o meio Normalmente, um robô vem equi tipos. Aqui também se incluem o uso da
l i externo. . pado com uma estrutura base (braço) de técnica da "mão esquerda”, ainda que
menos habilidosa pode ser muito útil
I — Quando se fala de mecânica dos ro- 3 graus de liberdade para posiciona para segurar o objeto a ser trabalhado.
mento, complementada por um "punho”
Í btte, a parte mais visível é a arquitetura com 3 graus para orientação, no que "Experimentem atarraxar a tampa de
de seus elementos (vide box — Como Re-
conhecer Robôs), sua cadeia cinemática grosseiramente repete a arquitetura do uma caneta, segurando-a numa só
K e de seus atuadores. No entanto, se a re- ser humano. Existem, porém, robôs pro mão”, exemplificou Zanatha.
I aiização de um robô aparenta ser algo jetados apenas com 4 ou 5 graus de liber Final mente, existe um verdadeiro
I concreto — com hastes, engrenagens, dade, dependendo da tarefa para a qual exército de ferramentas para equipar a
I molas — sua concepção é algo bastante são destinados. For outro lado, há robôs mão do robô, tais como pistolas para pin
I abstrata, envolvendo representações que operam com mais de 6 graus de li tura e csmaltagem, soldadoras ponto a
Í matemáticas e sistemas de referência berdade. E o caso, por exemplo, dos ro ponto e contínuas, esmeris, fresas, dis
positivos de corte a raio laser e apare
bôs de pintura, no qual são introduzidas
de seus elementos — comentou Zana-
I tha, explicando a seguir: articulações adicionais para maior fle lhos para montagem de peças. Para*
!' — Do ponto de vista geométrico, a si- xibilidade e acesso a recantos difíceis.
I tuaçào de um corpo sólido no espaço é Tais robôs rendundantes — podem al
I definida por 6 variáveis: três delas defi- cançar o mesmo ponto de maneiras dis a f a m íl ia d o s
I nem sua posiçáo (em coordenadas pola- tintas — levam a operações matemáti
* res, cartesianas ou angulares) e as res- cas mais complexas e aumentam o atri ROBÔS INDUSTRIAIS
to total da máquina. Os robôs são, em
I tantes sua orientação valendo-se, por geral, classificados em tipos, segundo a
exemplo, de parâmetros de Euler ou de
| co-senos diretores. natureza de suas ligações. Assim, um M anipulador m anual — atua direta
robô tipo TTRRR tem 3 ligações de rota mente sob controle de um operador (mâos
mecânicas);
ção e 2 de translação.
M anipulador seqúencial — executa
uma seqüência fixa de operações, para
Hardware uma operação específica, eventualmente
I Como complementou Edson Ferrei-
í ra, um PhD brasileiro, formado por Tou- dependente de alguma condição;
M áquina de seq. variável — executa
i louse, França, e do ativo grupo de robó- O homem é frágil como máquina in etapas sucessivas e predeterminadas
|J tica da UFES: "No conjunto, um robô é dustrial — quando muito efetua 50 (como carga e descarga), que podem ser
11 definido por sua ‘'configuração”, um ve- operações por hora, com capacidade de facilmente alteradas através da mudança
IJ tor q de suas coordenadas general iza- 10 kg, tem pouca resistência a tempera de sua programação;
11 das, correspondentes à posiçáo linear ou turas altas ou baixas e a gases tóxicos. Robô repetidor — a máquina segue eta
p angular de seus diversos elementos; e Mas é imensamente versátil (só no bra pas que foram executadas sob controle de
ll por sua "situação” que depende da confi- ço e mão atribuem-se mais de 50 graus um operador e armazenadas na sua me
p guraçâo e que corresponde à posição e de liberdade) no que procura ser imitado mória;
pelos robôs. Robô de cont. numérico — a máquina,
I orientação de sua "mão” ou órgão termi- computadorizada, é controlada por dados
I nal. Assim, o movimento último da mão Se os elementos e as juntas de um ro numéricos (robô computadorizado);
g decorre dos movimentos básicos de seus bô representam seu esqueleto, os atua Robô inteligente — máquina dotada de
I| elementos constitutivos. dores — lineares ou rotacionais— são os sensores e de capacidade de alteração de
I Acrescentou ainda o técnico que "são músculos que lhes levam a energia ne suas operações, de modo a continuar exe
1 necessários, no mínimo, 6 graus de li- cessária, quer sob forma elétrica (o que cutando sua função (robô com sensoria-
1 berdade para que um robô posicione e dá boa precisão e controle), pneumáticos mento).
E oriente um objeto qualquer em seu volu- (só para aplicações simples) e hidráuli
|. me de trabalho, ou seja, para ser de uso 19
I geral um robô deve possuir 6 àrticula-
[v Çôes independentes, em todas as situa-
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