Page 50 - Telebrasil - Julho/Agosto 1987

r á d i o , t v & v í d e o
C i n e - V i d e o
P ó l o
O projeto do Pólo Cine-Vídeo está
pronto. Às margens da lagoa de Jacare-
paguá com sua vegetação preservada,
limitando-se com a Via 5 e a Avenida
Alvorada, surgirá uma pequena cidade
nos moldes hollywoodianos, porém com
a criatividade brasileira. Lá se instala­
rão 28 empresas cinematográficas e ou­
tras tantas de vídeo. Com esse incentivo
primordial para as tomadas externas, os
empresários contarão ainda com lotes
individuais e áreas comuns para com­
partilharem estúdios, carpintarias, ser­
viços de telefone, telex, agências ban­
cárias, restaurantes, ruas e jardins.
O vice-presidente da Cooperativa
Brasileira de Cinema, Iberê Cavalcanti,
é um dos empolgados com o projeto. Ele
refere-se à localização escolhida, carac­
terizando-a como uma região vocacional
para vídeo e cinema. Afinal, por lá estão
estabelecidos grande produtores como
Renato Aragão e a Tycon. Brevemen­
te, nas imediações, será inaugurada a
Cidade Manchete, da Bloch Editores,
que ainda se utiliza do Estúdio Água
Grande, situado no subúrbio carioca de
Vista Alegre, para tomadas de cenas de
suas telenovelas.
Iberê observa que atualmente as em­
presas do ramo estão espalhadas pelo
O M a s s a c r e d e S a n d C r e e k
JnúIO^iasin^í.,
J. de Paiva
t a m b é m t e r á CURTAS
n a B a r r a d a T i j u c a
• A Sharp está comemorando sua liderança
no mercado nacional de televisores em cores
Rio, sem estrutura de operação. A partir ao atingir a marca histórica de 3 milhões de
da execução do projeto, nascerá um cen­ unidades vendidas, com o lançamento de
uma nova e sofisticada linha: a Digital Soft-
tro integrado de produção, reduzindo as vision. O lançamento da nova linha, com mo­
necessidades dos estúdios e das filma­ delos de 14,16 e 20 polegadas, consumirá in­
gens externas a grandes distâncias, vestimentos de 3,5 milhões de dólares.
quase sempre com instalações pre­ • Por sua vez, a Philips da Amazônia alcan­
cárias. Somando-se a isso, se criará a çou no dia 13 de maio último a marca de dois
cooperação entre especialistas. E dessa milhões de televisores produzidos em sua fá­
forma vários setores das indústrias em brica de M anaus. Somados aos aparelhos
questão poderão se complementar para coloridos e preto e branco produzidos em suas
atuarem entre si e no próprio mercado. outras fábricas de São Paulo, a Philips al­
Exemplo: um produtor que faz filme ou cança o expressivo número de 10 milhões e
vídeo, mas não dispõe de estúdio de 100 mil unidades fabricadas no País. Deste
montagem, som e laboratório terá com total, quase 4 milhões são aparelhos a cores e
quem se articular dentro do pólo. Isso 6 milhões P&B.
resultará normalmente em custos me­
nores, continuidade de produção e
maior capacidade de competição atra­
vés de formas associadas.
Apoiando também o projeto, Virgílio
Valentivo Jr, dono dos Studios Vídeos
Center, lembra que essa conquista pode
ajudar a acabar com o monopólio da pro­
dução de programa de videotapes pelas
emissoras de televisão. "Na maioria dos
países, os programas de TV são produzi­
dos por empresas independentes”. Ele
explica que para isso existe uma legisla­
ção de reserva de mercado em que as • Bandeira da antiga "Rádio Clube da Paraí­
emissoras só podem produzir 30% de sua ba" (foto), pioneira da radiodifusão no Es­
programação. tado, com as seguintes características: um
retângulo contendo em campo branco um es­
quema do mapa da Paraíba em tinta azul
atravessado no sentido de leste para oeste
por uma centelha encarnada. Fundada em
20/08/32, a emissora teve seus estúdios des­
truídos por um incêndio em março de 1933.
(Colaboração do pesquisador Maurílio Brito
— Rio de Janeiro).
• O videocassete está ocupando, a cada ano
Na "guerra cinematográfica” en­ que passa, um lugar mais amplo no Brasil.
#PAftt*rio no epl»ôdlo re*l tre índios pele-vermelhas e soldados
do nvftssACir de índios Repete-se aqui, com defasagem de poucos
/ /ffiáftSjfad Crcek pelo "yankies” nem sempre os "heróis” anos em relação a outros países, o fenômeno
lAfaÊ/Archo americano,
são os segundos. Isso é o que mostra a de integração e aproveitamento desse mo­
fita em videocassete da Globo Vídeo derno recurso tecnológico não só nos lares,
"Quando é preciso ser homem” (foto). mas também nas empresas. A Summus, pio­
Pela primeira vez o cinema apre­ neira no Brasil em livros sobre videocassete,
senta a história de um dos episódios apresenta mais um título da Equipe Jatalon.
autora do Manual do Videocassete. Trata-se
mais violentos e controvertidos da de Vídeo Independente.
colonização do oeste norte-america­
no: o Massacre de Sand Creek, filme • Maníacos por estatísticas, os norte-ameri­
de Ralph Nelson, em versão integral, canos apresentaram ao Conselho Nacional
de Cinema (Concine) alguns números sobre o
sem cortes da censura. mercado negro cinematográfico no Brasil.
Mais sete fitas foram lançadas re­ Segundo estim ativas da Motion Pictures.
centemente pela Globo Vídeo: A pri­ existem no País cerca de 5 mil fitas "piratas”,
meira noite de um homem; Trinity cada uma com duas mil cópias, o que totali­
ainda é meu nome; Os fuzis; Dever zam 10 milhões de fitas de vídeo fora do con­
'?*» n k Hf muss trole oficial.
conjugal; Outubro; Contos de verão;
e O Baixo Gávea, este simultanea­ • A Funtevê (TVE) será a quinta televisão do
mente com os cinemas comerciais. As País a contar com canal próprio do satélite
informações são de Paulo José F. Fer­ Brasilsat para transmissão em cadeia nacio­
reira, diretor comercial/marketing nal usando o serviço TV-Sat da Embratel. As
da Globo Vídeo. quatro prim eiras a utilizarem o serviço
foram, pela ordem, Rede Bandeirantes, Rede
Globo, SBT e Rede Manchete.