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MENSAGEM PRESIDENCIAL DE FIM DE ANO
"Brasileiros:
O nascer de um
para todos nós o
ranças.
Quero partilhar de vossas alegrias e
de vossos anseios e trazer-vos minha pala­
vra de confiança nos destinos do Brasil.
Estou consciente das dificuldades que atra­
vessamos. Nada, porém, justifica o desâni­
mo ou o pessimismo.
Já superamos momentos mais difíceis e
na realidade vivemos em um pais com ex­
cepcionais condições de crescimento, que
tem sabido resistir a graves crises e. ape­
sar delas, tem podido registrar sucessivas
conquistas no plano econômico, no plano
cultural, no plano social, e. sobretudo, tem
podido fazé-lo preservando sempre as ins­
tituições democráticas.
O povo brasileiro já realizou grandes
e admiráveis tarefas na construção do seu
destino. A integração do nosso imenso ter­
ritório, no qual edificamos uma civilização
nova, fundada nos valôres cristôas, herda­
dos dos nossos antepassados; a unidade da
fé, da língua e dos sentimentos em que se
reflete a imagem da Pátria, una e indivisí­
vel; o extraordinário trabalho realizado na
conquista e no domínio do espaço físico, em
que plantamos lavouras e indústrias, abri­
mos estradas e edificamos cidades: o gê­
nio do povo brasileiro, receptivo às mu­
danças e transformações reclamadas pelo
desenvolvimento do Pais — tudo isto re­
tempera a nossa fé, a nossa confiança no
futuro do Brasil.
O ano de 1963, com o pronunciamento
soberano do povo nas umas, marcará o fim
da crise institucional desencadeada pelos
acontecimentos de agôsto de 1961.
Não temo novos encargos, por mais
pesados que sejam. Antes os aceito como
um dever para com o povo brasileiro. E
não os temo porque sei que contarei com a
compreensão e o apoio de todos os brasí-
À guisa de Suplemento transcrevemos, a seguir,
a íntegra da Mensagem que o eminente Senhor Pre­
sidente da República dirigiu à Nação Brasileira à
meia noite do dia 31 de dezembro de 1962, e que foi
publicado no Correio da Manhã" de 1M-1963:
nôvo ano é sempre
de nov
ieiros de boa-vontade, maioria esmagadora
da Nação, bem como com a colaboração pa­
triótica do Congresso e do Poder Judiciário,
nos limites harmônicos e independentes de
suas atribuições constitucionais.
Minha mensagem — repito — é de con­
fiança no Brasil. Contamos com possibili­
dades concretas para ordenar a economia
nacional e melhorar as condições de vida
do nosso povo. Dispomos dos fatores essen­
ciais para que os brasileiros possam au­
mentar a riqueza nacional e distribuí-la de
um modo mais justo.
O esfôrço que a Nação realizou após
a segunda guerra é realmente extraordiná­
rio. Erguemos um grande parque de indús­
trias de base e expandimos as fontes de
energia, enquanto a réde de estradas, cor­
tando o território nacional, transformava as
terras, de simples bens geográficos em bens
econômicos. O produto nacional passou a
crescer à elevada taxa de sete por cento
ao ano, Índice só comparável aos da fase
de recuperação das grandes potências no
esfôrço de após-guerra.
Já não somos uma nação subdesenvol­
vida. Atingimos o estágio de pré-desenvol-
vimento.
INFLAÇÃO
"Se os dados reais da atualidade bra­
sileira inspiram esta confiança no futuro,
não quero e não devo fugir à verificação
de que tem sido muito alto o preço pago
pelo povo, nestes últimos anos, para manter
o ritmo do desenvolvimento nacionaL E’ so­
bre o povo que pesam mais os efeitos do
processo inflacionários. São os assalaria­
dos. obrigados a manter seus orçamentos
domésticos, nos estreitos limites de venci­
mentos fixos, os que maiores privações so­
frem nestes tempos de dificuldades econô­
micas e financeiras. A preocupação funda­
mental do Govêrno, daqui para a frente,