Page 1844 - Telebrasil Noticiário
P. 1844

Na  esfera  federal^apresta-se  a  Camara  dog  Deputados  para  votar,  a  to­

                                  que  de  caixa  e  em  regime  de  urgencia-urge^tissima,  o  Codigo  B ra s ile iro   de  Telecomunl


                                  cações.  Para  revidar  medidas  postas  em  pratica  pelo  Executivo,  dispõem-se  alguns                                                                                                                                                                   â

                                 negoçiar  com  os  populistas  e  os  chamados  "n acion alistas",  liqu idando,  de  vez,  com as

                                 empresas,privadas  que  gxploram  o  serviço  de  telecomunicações,  mediante  a  instituição

                                 do  monopólio  estatal  desse  serviço.





                                                                            Todos  sabeq  das  dificuldades  financeiras  do  Çovgrno  Federal,  talvez  -

                                 palores  do_que  as  dos  proprios  Estados,  incapacitado,  também  e le ,  de  assumir                                                                                                                                                              tais

                                 onus  -  a  não  ser  que_se  pretenda  chegar  ao  çomgleto  desmantelamento  do  sistema  nacio


                                 nal  de  telecomunicações,hoJe  existente.  Os  orgaos  esta ta is  que  existem  para  operar  -

                                 determinados  serviços  públicos  estão  inteiramenÇe  desaparelhados,  e  quase  falidos.

                                 Eles  sabem  disso  -,e   estão  cienjes  de  que  q3  "d é fic its "  acumulados  do  Departamento  -

                                 dos  Correios  e  Telégrafos,  da  Rede  Ferçoviaria  Federal,  da  Navegação  Costeira  e                                                                                                                                                                  de

                                  tantos  outros  departamentos  ;ederais  tem  sido  os  mais  agudos  sangradouros  da  econo­


                                 mia  nacional  -  fatores  ponderáreis  du  inflação  galopante  que  nos  a s fix ia .  Sim,  todos

                                 sabem  distoI  Querem  entregar  ao  Estado  o  ja  in su fiçien te  sistema  de  telecomunicações

                                 operado  gela  in ic ia tiv a   ppivada  (e  que  o  Estado  ate  aqui  não  reconhecia  como  ligado

                                 ao  interesse  nacional  ou  a  sua  segurança),  para  conduzi-lo,  a fin a l, ao  completo  des­

                                 mantelamento.





                                                              ,             Que  Deus  ilumine  os  homens  de  boa  vontade,  os  vordadeiros  patriotas  -

                                 desta  Republica,  nesta  hora  de  tamanhas  incertezas  e  de  tantas  maquinações  perigosas,

                                 enrijecendo-se  para  a  luta  aberta  em  defesa  daquilo  que  o  ilu s tr e   Governador  Carlos

                                 Lacerda  d efin ia,  com  muita  propriçdade,  no  seu  ja  comentado  discu rso,  como  "a  llto r-


                                 fla.de  de  in ic ia tiv a ,  parte  inseparável  das  liberdades  c ív ic a s ".




                                                                            Diz,  todavia,  um  velho  pensador:-

                                                       uma  cercadura  dp





                                                                            Para  o  bem  do  B rasil,  essa  cercadura  ou  auréola  de  prata  acaba  de  sur­

                                 g ir   sob  duas ^formas;,-  no  Congresso,  um  pugilo  de  hopens  de  bom  sen30  começa  a  reagir

                                 contra  a  maligna  ideia  da  estatização.  No  que  toca  a  chamada  desapropriação  de  ações


                                 pqlo  valor  da  Bolsa,  vem  o  digníssimo  Presidente  da  Republica  de  pu lverlsar  tal  cri­

                                 té rio ,  ao  vetar,  parcialmente,  determinados  d isp ositivos  do  P ro jeto   de  Lei  da  Camar-,

                                 de  nO  2UU-B,  o  qual  altera  redação  do  artigo  22  do  D ecreto-Lei  n°  Z;83,  de  8-6-38  (Co

                                 digo  B rasileiro  do  A r).





                                                                            Conforme  divulgamos  em  nossa  edição  de  hoje,  procurou  a  Camara  dos  De­

                                 putados  autorizar  o  Executivo  a  promover  a  desapropriação  ou  compra  das  ações                                                                                                                                                                 das

                                 pessoas^Jurídicas  organizadas  sob  a  forma  de  sociedade  por  ações,  interessadas  nà  -


                                 inscrição  de  aerovias_privadas  no  Registro  Aeronáutico  B ra s ile iro ,  sempre  que,  haver,

                                do  mais  de  20JÉ  das  ações  coo  d ireito   a  voto  em  mãos  de  estra n geiros,  a% soçledade  r.ãò

                                 providencie  a  elaboração  de  um  plano  de  ajustamento^do  c a p ita l  s o c ia l  àquele  lia iu


                                le g a l,  desapropriação  que  se  fa ria   pelo  valor  de  Bolsa  dos  resp ectivos  títu lo s,  r.*
                                 data  do  pagamento  das  ações.





                                                                            É  com  prazer  que  registramos  as  razões  do  veto  p resid en cia l,  que,                                                                                                                                  ca

                                verdade,, alguns  mais  apressados  precisariam^examinar  çuidadosamente,  sempre  que  lr.es


                                venha  a  sçr  outorgada  a  njissão  de,decidir  sobçe  a  matéria  c o rre la ta .  0  Sr.  Presiden­

                                 te  da  Republica,  com,a  maxima  argúcia  e  com,toda  a  segurança  desmantelou,  por  in tei­

                                ro ,  o  malsinado  c rité r io ,  afirmando,  ao  veta -lo:





                                          "Visando,  ainda,  a  resguardar  os  interesses  nacionais,  v e te i,  também,  a  expres­

                                          são  "pelo  valor  de  Bolsa  dos  respectivos  títu lo s ",  in serta  no  §  20  do  a rt.  7w.





                                                               __ ____________________eflpeculatorlos.  0  veto ,  p o is,  a  expressão,  remetera

                                         a,fixaçao  do  preço  dç  compra  ou  desapropriação  aos  textos  le g a is   vigentes  que

                                         Ja  disciplinam  a  matéria".





                                                                        ^Aqueles  que  andam  por  a í  a  recçmendar  a  desapropriação  ou  compra                                                                                                                                   10  4

                               ções  das  empresas  que^operam  o  serviço  telefô n ico ,  pelo  va lor  de^Bõlsa,  a  fim  do

                               assui                 o  Estado,  ilegitimamente,  0  controle  das  mencionadas  emprésas-arruinandc


                               sei^s  acionistas  -  coa  um  mínimo  de  desembolso  em  d in h eiro,  recomendamos  a  le ito r                                                                                                                                                         i

                               D iário  do  Congçesso  Nacional  (Secção  I I ) ,   de  19  do  corren te.  Os  argumentos  do  3r..  -

                               sidente  da  Republica  são  irrespondívels^-  e  seria  leviandade  pretender-se  r e .e tir,


                               eç  outras  le is   ou  decretes,  o  mesmo  errôneo  c r ité r io   que  ensejou  o  veto  de  sua  exce-

                              len cia .




                                                                                                                                                                        municações  na  Camara  dos  Deputados,
                                              teleabsurdos
                                                                                                                                                                        os  perigos  que  resultariam   para  as

                                                                          Publicou  0  "Correio  da  Ma                                                                  comunicações  no  p a ís  de  sua  aprov

                             nha",  em  sua  edição  de  16  do  corren te,“                                                                                            nos  termos  propostos:


                              cqd  o  expressivo  títu lo   que  encima  este

                              topico,  um  magnífico  e d ito ria l,  a n a li­                                                                                                                          Dada  a  s ig n ifica çã o   da  mu té


                             sando  a  tramitação  do  Codigo  de  Teleco­                                                                                              r ia ,  resolvemos  tra n screvê-lo ,  na  f:
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