Page 33 - Telebrasil - Julho/Agosto 1987
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A        n se lm o   N a k a ta n i,  d ire to r-p re s id e n te   da                                                    garra  para  sobreviver",  explica  N akatani.                                                                           em  P&D  form ando  não  só  engenheiros  e  té c n i­
                                                                                                                                                                                                                                                                cos para  absorver o know-how,  mas e  p rin c ip a l­
                                                                                                                                               —  N aturalm ente é m ito pensar que no Japão
                      Furukawa,  fabricante de cabos  para  te le co ­

             m unicações e eletricidade,  adequou  sua  pales­                                                                         tu d o   é  cor-de-rosa,  bem  planejado,  que  todos                                                                     m e n te   de  b u sca r  o  kn o w -w h y,  (as  razões  do

             tra ao tem a  do  próprio  painel  “ M itos e  R ealida­                                                                  tra b a lh a m   m u ito   e  são  d e d ic a d o s ,  que  não                                                           fazer).


             des das Telecom unicações“ ,  com   o que ele  iria                                                                       existe  p o litica g e m ,  nem  luta  pelo  poder,  que                                                                          R eferindo-se aos  preços do m ercado interno

             desenvolver,  “ Executivo  B rasileiro  na  M u ltin a ­                                                                   não existem  executivos autoritários ou egoístas                                                                         japonês,  disse  N akatani  que  “ não  deixa  de  ser


             c io n a l" .  Baseado  em   dados  c e d id o s   em   sua                                                               —  a d m itiu   o conferencista.  Talvez ocorram   em                                                                     um   m ito   im aginar que os  preços  brasileiros são


             m aioria  pelo  M inistério da  Indústria e Com ércio                                                                      m enor quantidade.  Portanto,  não é o sistem a de                                                                       todos  m u ito   elevados.  Com  exceção  de  alguns

             do  Japão  (M IT I),  ele  elaborou  com parações  de                                                                      gerenciam ento  japonês  a  chave  do  bom  resul­                                                                       casos gritantes com o o cobre da Caraíba  M etais


             m itos  e  realidades  entre  a  em presa  japonesa  e                                                                     tado,  mas sim  a  boa adm inistração,  o que é ab­                                                                      e  m icrocom putadores  de  16  b its,  os  preços  no


             sua  atuação  no  B rasil,  de  acordo  com   as  p a rti­                                                                 solutam ente  universal,  concluiu  Nakatani.                                                                            m ercado brasileiro não são tão elevados com o se

             cu la rid a d e s  das  respectivas  c o n ju n tu ra s   c u l­                                                                   O em presário não deixou de se referir à  polí-                                                                  im a g in a "  (vide tabela).  {N P R )


             tu ra is  e  económ icas.  "T o d a   e  q u a lq u e r  c o m ­


              paração que farei adiante tem  sem pre atrás de si

              a intenção positiva e construtiva de m editarm os


              sobre com o aproveitar a experiência alheia  para

              m inim izar  nossos  p roblem as".


                      Com a fin a lid a d e  de m elhor colocar as in te n ­


              ções  que  regem  as  em presas  japonesas,  Naka­

              ta n i  c ito u   o  p ro fe s s o r  T s u k a m o to   da  FGV  e                                                                                                 T                     M J   P N N E L   T H E B R R S l   T f


              Sharp,  autor  da  frase  de  que  elas  “ são  b io ló g i­

              cas  e  não  hierárquicas  com o  no  O c id e n te ",  o


              que significa,  acrescentou o executivo,  “ que as


              empresas no Japão são vistas,  prim ordialm ente,

              como  co m u n id a d e s  de  em pregados  e  secun­


              dariam ente  com o  propriedades  dos  acionistas


              com quem os em pregados não convivem  d ia ria ­

               m ente  nas  e m p re s a s ".  E  co m p le m e n to u ,  re-


              ferm do-se  à  Furukawa,  no  B rasil:  “ um  desco­

               nhecido ao visitar nossos escritórios ou fábricas


               vê  m uito  m ais  uma  com unidade  de  brasileiros


               estim ulada a  usar sua cria tivid a d e  do que  in te r­

               ferências de acionistas oriundas do outro estre­


               mo do  P laneta".


                      A lém   d isso ,  p a rtic u la rm e n te   no  caso  da

               Furukawa,  para  cada  remessa  de  US$  1  para  o


               exterior,  a títu lo  de rem uneração do ca p ita l,  ela

               deixa  no Brasil  US$  15 em  im postos e salários,


               sem contar os outros  insum os nacionais u tiliz a ­


               dos.  Neste  se n tid o ,  segundo  N a ka ta n i,  um a

               afirm ação  com o  “ todas  as  m u ltin a c io n a is   ex­                                                              M esa  de  D eb ates:  (E -D >  E .  Q u a n d t  de  O liv e ira ,  L.  C.  B a h ia n a ,  A   N a k a ta n i,  G.  G a rb i.


               ploram  predatoriam ente  uma  nação  m enos de­


               senvolvida é tão leviana quanto a que diz que to ­

               das as  estatais  são  in eficientes  e  nocivas  à  so­                                                                 tica   japonesa  de exportação,  analisando ajudas


               ciedade",  visto  que  uma  assem elha-se  à  outra                                                                      o ficia is  com  que  a  iniciativa  privada  pode  con­                                                                                             PREÇO S  R E LA TIV O S   (em   U S $ )


               na  medida em que não são adm inistradas pelos                                                                           tar,  tais com o:  o apoio às  promoções de vendas

               próprios donos ou  acionistas.                                                                                           no exterior a  fim  de  m elhor conhecer os  países-                                                                               E quipam ento/M aterial                               Japão                     Brasil

                                                                                                                                        clientes;  financiam ento de exportação;  in c e n ti­


                                                   Gerenciamento                                                                        vos  fiscais-,  inspeção  dos  produtos  a  exportar                                                                    Cobre  Prim ário                                                      1                   2   (C araíba)


                                                                                                                                        com   a  fin a lid a d e   de  m anter a  reputação de  boa                                                             A lum ínio  Prim ário                                                 1                   1
                                                                                                                                                                                                                                                                Fita  APL                                                             1                   1 ,2 5
                      Ao  abordar o  tem a  sobre  gerenciam ento  ja ­                                                                 qualidade.
                                                                                                                                                                                                                                                                 Polietileno                                                          1                   0 .9
               ponês na atualidade,  Nakatani enfatizou que na                                                                                  Ao tra ta r sobre o  m odelo copiador da  indús­
                                                                                                                                                                                                                                                                 M icrocom putador  P C -1 6   bits                                   1                   2 ,6
               realidade  há  m ais  m ito  do  que  fato  quando  se                                                                   tria   japonesa,  ele  enfatizou  que  os  gastos  em


               costuma  caracterizá-lo  com o  em prego  vita lício                                                                     pesquisa  e  d e se n vo lvim e n to   nas  pequenas  e
                                                                                                                                                                                                                                                                 Cabo fibra optica  12  fibras                                   l( N T T )           0 .3 6   (S T B )
               ou  decisão  por  consenso  levada  de  baixo  para                                                                      m édias  em presas  representam   cerca  de  1,5%                                                                        Cabo fibra  óptica  2 4   fibras                                1  (N T T )          0 .4 5   (S T B )


               cima,  já  que  a  m aioria  destas  características  é                                                                  das vendas.  “ Do total de cerca de  15 m il em pre­


               mais conseqüência  da  própria  natureza  do co n ­                                                                      sas  privadas  realizando  pesquisas,  1 1 %  estão
                                                                                                                                                                                                                                                                 Cabos telefônicos  m etálicos

               tingente de trabalhadores japoneses.  As em pre­                                                                         na  faixa  de capital  de apenas 3 0  a  6 0   m il  dóla­                                                               4 0  x  1 2 0 0   pares                                         1  (N T T )       0 ,6 2   (p apel)

               sas de grande  porte oferecem  treinam ento a lta ­                                                                      res  e  6 2 %   na  faixa  de  6 0   a  6 0 0   m il  dólares".                                                          4 0  x 2 4 0 0   pares                                          1  (N T T )        0 ,6 1   (p ap el)


               mente qualificado a seus em pregados, fa to r que                                                                        Acrescentou tam bém  que os dados não são s u fi­                                                                        6 5  x      9 0 0   pares                                       1  (N T T )        0 .7 7   (p ap el)

               aliado a  boa form ação escolar prim ária e secun­                                                                       cientes para  provar que o Japão não copia a te c ­                                                                      4 0  x      3 0 0   pares                                       1  (N T T )        0 .8 8   (P E -G E L )


               dária  (o b rig a tó ria   no  Ja p ã o ),  lhes  c o n c e d e                                                          nologia estrangeira.  “ Mas a lição que talvez pos­


               know-how para enfrentar a com petição, além  de                                                                          samos  extrair  é  a  de  que  devemos  aproveitar  o                                                                    Salário  Engenheiro de  5  anos                                      1                      0 ,6

                lhes oferecer toda  uma  infra-estrutura de apoio.                                                                      c o n h e c im e n to   a lh e io   m as  ta m b é m   devem os                                                          Salário  Engenheiro de  10  anos                                     1                      0 .7

                                                                                                                                                                                                                                                                 Energia  Elétrica  Industrial                                        1                      0 .5
                “ No  entanto,  as  pequenas  e  m édias  em presas                                                                     c ria r  dentro  de  cada  em presa,  desde  as  m icro

                precisam  ser  m uito  ágeis  e  lutarem   com   m uita                                                                 até as grandes corporações,  o hábito de  investir
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