Page 5835 - Revista Telebrasil

DaED: Mauro V. F u rta d o (A b e c o rte l); L á za ro J. B n to (T e le b ra s il), E d w ald o
1 Sarmento (Aberim est); e R u i L. A lv a re n g a
Alfredo Menezes (F u rn a s )— Nos temos em Fur­
nas um dos maiores serviços de telecomumca-
ões do Brasil e sempre contratamos o proprio
I abricante para os serviços de instalação e mon-
tagem (aliás não temos cadastro da Abeprest). O
fabricante sempre ajuda quando há algum pro­
blema de peça, ou algo semelhante Gostaria de
saber como a associação encara o problema?
Rui Leme Alvarenga - Quanto a avaliação que
você fez do cadastro pode ficar tranqüilo. Agora,
e bom esclarecer que a presença de uma empre
sa independente, neste processo de implanta
çâo de equipamentos de telecomunicações,
acaba por agilizar e facilitar o processo. As pro­
vidências são tomadas com mais agilidade,
mesmo no que tange a algum contato com o fa­
bricante que sabe de suas responsabilidades
contratuaise também objetiva agradar a seu cli­
ente
Participante (In te c a )— Isto levanta a proble
mática de convivência dentro da Aberimest en­
tre fabricantes e empresas independentes (re­
presentantes, distribuidores e fabricantes).
Edwaldo Sarmento — Esta é uma luta que esta­
mos travando com os fabricantes. Estamos ten­
tando lhes dizer que somos a maior rede da
America Latina de representantes e de distribui­
dores de equipamentos. Eles ganhariam muito
mais desenvolvendo novos produtos Acho que
deveria haver uma convivência mais harmonio­
sa entre empresas que representam e instalam
equipamentos, e entre fabricantes e revende­
dores Afinal, quanto mais pessoas estiverem
vendendo um produto, mais chance ele tera de
penetrar no mercado.
Márcio Lacerda (A b e c o rte l) — Temos notado
que ao longo do tempo se deu uma atenção mui­
to grande à qualidade dos serviços de cabos e as
estatísticas demonstram que a qualidade de
mão-de-obra das empreiteiras nesta área de ca­
bos melhorou muito Gostaria de saber o que se
passa no campo de rede externa7
Joel Simão — Queremos obter a melhoria de
qualidade e neste sentido estamos, inclusive,
pagando melhor às empreiteiras. Mas existem
muitas coisas a serem feitas, como melhorar a
instalação de fio externo, e a qualidade de al­
guns materiais de TPs. No entanto, também es­
tamos modificando os critérios de entrada de
empreiteiras no mercado, fazendo uma pré-
qualificaçáo quanto ao nível de qualidade. A
preocupação da Telebrás visando a qualidade
da rede externa é considerável, tanto no que
tange a material, quanto ao desempenho da
mão-de-obra. Estamos seriamente empenhados
em realizar projetos de redes por computador.
Com um a u d itó rio in teg rad o e s p e c ia lm e n te d e em p re sá rio s
(A b e p re s t).
Algumas empresas já estão fazendo grupos de
trabalho junto á Telebrás no sentido de que pos­
samos fazer isto em conjunto
Participante — Queria sugerir que a Telebrás
criasse alçum convênio, talvez até com alfiuma
das associações presentes, para formação de
mào-de-obra especializada na construção de re­
des telefônicas, pois a dificuldade é muito
grande na formação de pessoal e o mercado
carece de cursos.
Mauro Furtado Dr Almir, presidente da Tele
brás, anunciou há pouco tempo a necessidade
do setor captar cerca de US$ 400 milhões para
se fechar o orçamento deste ano Qual seria a re­
percussão deste capital sobre os níveis progra­
mados de investimento em relação ao setor de
serviços de redes telefônicas?
Joel Simão - Nós ainda náo conseguimos este
dinheiro, mas também estamos preocupados
em obter uma melhoria tarifária, que parece náo
vai ser conseguida a curto prazo. Outras tentati­
vas de investimentos estão sendo tentadas
como o lançamento de debèntures, a conversão
da dívida e empréstimos externos O problema
da distribuição de investimentos no sistema náo
está resolvido, mas encaminhado.
Kleber Castilho (A b e rim e s t) — Empresas asso­
ciadas da Aberismest começaram a projetar e
construir redes internas em prédios. As associa­
das da Abecortel a revender, instalar e manter
CPCT (KS, PABX). Esta havendo uma diversifi­
cação de atividade empresarial.
Mauro Furtado — As empresas associadas à
Abecortel não estão impedidas de ter outras ati­
vidades. O que vejo nesta dualidade é talvez a
necessidade de que nossas associações se com­
plementem para que se evite o partilhamento
Acredito que este encontro terá esta consequên­
cia muito benéfica: um maior entrosamento en­
tre as associações para que, em seguida a estes
debates, seus dirigentes se reunam e possam
estabelecer uma convivência fraterna ou. pre-
ferencialmente, uma simbiose mais lucrativa.
Participante (S ite p ro ) — Gostaria de colocar
também neste debate a questão de que o setor
privado das telecomunicações náo possui repre­
sentantes em Brasília e nem mesmo junto à As­
sembléia Legislativa de São Paulo
Edwaldo Sarmento — Parece-me bastante ade­
quado para efeito de lo b b y político ter um repre­
sentante em Brasília É o que almeja toda enti­
dade classista. Esperamos que, em 1990, al­
guns companheiros das associações aqui pre­
sentes tenham uma representação bastante ra­
zoável em Brasília, pois somos, de certo modo. a
arquitetura das telecomunicações brasileiras. À
Hl
d e re d es e x te r­
nas e e m p reiteiras, o I ? E N A E I foi c o n s id e ra d o sucesso a b s o lu to
margem dos fabricantes, operamos 290 mil
troncos, só no Estado de São Paulo.
Ary Nisenbaum (T e le s p ) — Torna-se interes­
sante fazer algumas ponderações: Há algum
tempo, seja 20 ou 30 anos atrás, o aparelho
telefónico era o que existia de mais complexo e
misterioso na casa de uma pessoa Pelas men­
sagens transmitidas na lista, uma mexida no
telefone poderia dar cadeia. Hoje, talvez seja a
coisa mais trivial no ambiente doméstico.
Alcides Annibal — É verdade A lista telefônica
também registrava que mexer com serviços que
envolvessem telefonia tornaria o responsável
passível de um processo policial. E eu, muito jo
vem, um dia me propus a realizar algo neste sen­
tido, em 1960, e quase fui preso. Um dos dire­
tores da CTB me aconselhou, na época, a aban­
donar a idéia.
Ary Nisenbaum — Annibal tem razão Mas eu
queria complementar meu pensamento O tele­
fone hoje e altamente desmistificado. Na me­
dida em que o domínio tecnológico passa a ser
absorvido pela população ou por empresas de
assistência técnica, o fabricante vai se afas­
tando da ponta do produto mas retendo sufi­
ciente conhecimento tecnológico a fim, inclu­
sive, de estabelecer normas e padrões de como
agir, para que se mantenha a qualidade. Não ve­
mos porque a oficina da esquina, que faz a ma­
nutenção de outros eletrodomésticos, também
náo poderá fazer, futuramente, a de um telefone
ou de um outro tipo de terminal de assinante
Logo, este mercado é muito propício à iniciativa
privada. Claro que a depuração do mercado
sempre vira através da qualidade
Alcides Annibal — Como iniciador destas ativi
dades ligadas à rede, instalação de equipamen­
tos, telefones, gostaria de dizer aos jovens que
estão iniciando e que possam estar em dúvida
quanto à evolução destas atividades, que eles
devem “ ir fundo" com coragem, honestidade e
espírito empresarial Os que tiverem apenas es­
pirito de comerciante não irão, todavia, obter
grandes resultados. As novas empresas devem
investir e treinar mão-de-obra, porque atual­
mente existe o respaldo das autoridades que tra­
balham para náo deixar aviltar os preços e a qua­
lidade, temas tão debatidos aqui entre nós.
Ary Nisenbaum — O mercado está ai e, segura­
mente, ao longo do tempo, empresas surgirão e
desaparecerão. Assim como existirão pessoas
interessadas apenas em bons negócios e outras
nteressadas em conquistar mercado, lançando
r» ízes para maiores empreendimentos. É desta
fo ma que vemos este cenário (N P R ) I