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DIVULGADO  PELA
                               ANO  II
                                                       FEDERAÇAO DAS ASSOCIAÇÕES DE EMPRÊSAS DE TELECOMUNICAÇÕES DO BR ASIL                                                                                                                                                        N. s 27-20






                                  RIO  DE* JANEIRO                                                                                 A B R IL. MAIO  DE  l'JG2,                                                                          DISTRIBUIÇÃO in t e r n a





                                                                                                              Diretor  responsável:  Hugo  P.  Soares



















                                                                                                                           BILHETE  AO  LEITOR






















                                                                                      Acaba  o  Governo  Federal,  com  o  maior  acerto,  demonstrando  perfei­


                           to  conhecimento  da  matéria,  de  chamar  a  sua  esfera  de  competência  o  direto controle  do


                           serviço  telefônico  interestadual  e  internacional,  impedindo,  desta  maneira,  que  a  demagogia

                            regional  desencadeada  em  vários  pontos  do  pais,  visando  a  determinadas  empresas^  conces^

                            sionarias  daquele  serviço  publico,  indiscriminadamente,  acabasse  por  conduzir  ao  caos  todo


                           o  nosso  sistema  de  telecomunicações.





                                                                                      Desde  que  as  tricas  da  baixa  politicagem                                                                           —          e,  mesmo,  a  paixao i-

                            deológica  de  determinados  grupos  extremistas                                                                                 —          passaram  a  incluir  o  serviço  de  telefo^


                            nes  no  seu  tripé  de  sustentação,  generalizou-se,  no  Pais,  a  convicção  de  que  em  pouco


                            tempo  aquilo  que  já  se  conseguira  realizar  no  Brasil  no  campo  da  telefonia  haveria de  en

                            trar  em  decomposição.





                                                                                       Em  tõda  essa  história,  pondo-se  de  lado  qualquer preconceito,  forçoso


                            é  reconhecer  que  a  cousa  vinha  sendo  conduzida,  alias  muito  habilidosamente,  pelos  agita­

                            dores  e  inocentes  úteis  da  agitação,  no sentido de  conduzir  as  concessionárias  a  asfixia  ec£


                            nômico-financeira  e,  consequentemente,  à  completa impossibilidade  de atenderem  à  demanda

                            de telefones  registrada  e  às  reais  necessidades  nacionais.





                                                                                       Num  país  submetido  ao  impacto  de tremenda inflação  e  às  agruras  de


                            um  mercado  cambia,  dos  mais  incertos,  o  custo  dos  equipamentos  de importação  tornou-se

                            praticamente  imprevisível                                                —  do  que  resultou  para  as  empresas  operadoras  do  serviço  te


                            lefonico  a  cabal  impossibilidade  de  executar  seus  programas  de ampliaçao  de  redes,  de  sor

                            te  a  acompanharem  a  evolução  do  progresso  nacional.






                                                                                        Vivendo  descapitalizadas  e  a  duras  penas,  instantes  de maior  penúria,

                            num  regime  de  tarifas  vis,  inadequadas  e  insuficientes                                                                                               —          e  por  isso  mesmo  impedidas da


                             formaçao  de  reservas  para ocorrerem  aos  investimentos  necessários  à  ampliação  do  servi­


                             ço  a  seu  cargo                                —           as  concessionárias  de  serviço  telefônico  têm  sido,  também,  apontadas

                             como inadimplentes,  sob  a  forma  de  responsáveis  pela  calamidade  em  processamento, que  re


                             sultou,  muito,  ao  reves,  de  causas  que  nao  dependeram  delas,  concessionárias.





                                                                                         Ao  mesmo  tempo  que  se  exigia  das  empresas  operadoras  a realização


                             de  obras  de  ampliaçao  de  suas  redes                                                                     —          a  cada  dia  mais  custosas                                                    —          recusava-se-lhes

                             a  natural  fonte  de  receita,  com  bases  em  tarifas  justas  e  adequadas,  que  lhe  criassem  cre


                             dito  e  prestigio  para  obtenção  de  novos  capitais.                                                                                    Nao  se  lhes  dava  facilidades  para  a  im

                             portaçao  de  equipamento,  porque  em  "pane"  o  nosso  saldo  de  divisas  no  exterior;  lim it a


                             va-se  a  pouco  mais  de  zero  a  capacidade  do  mercado  nacional  de  equipamento;  impedia-se


                             o  recurso  da  convocação  dos  usuários  a  participarem  do  investimento,  mediante  o  sistem a

                             de  autofinanciamento,  como  foi  o  caso  de  Sao  Paulo,  Guanabara,  Porto  Alegre  e  Belo  Ho­


                              rizonte  e  negava-se-lnes.  enfim,  acesso  ao  Banco  Nacional  do  Desenvolvimento  Econômico  —
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