Page 5841 - Revista Telebrasil
P. 5841

que arvora mais de 300 bilhões de dóla­                                                                            scale integration), o Núcleo de Compu­                                                                                       A  microeletrônica  pressupõe a  pro­


        res de PNB — afirma  Morato, que cri­                                                                              tação  Eletrônica  da  UFRJ,  a  PUC/RJ                                                                              duçáo  de  insum os,  no  caso do silício


        tica "a falta de definição na política vi­                                                                         (optoeletrônica  integrada), a  UFRGS                                                                                purificado. Neste sentido, a Quartzotéc-


        gente, visto que, tecnicamente, jü se de­                                                                          (ferram ental para  projetos e teste),  a                                                                            nica  vai  receber 2  m ilhões de dólares


        finiu o nicho no qual o Brasil quer capa­                                                                          UFMG e a UFSC. Importante contribui­                                                                                 para tecnologia  de benefiejam ento do


        citação tecnplógica industrial em micro-                                                                           ção tecnológica ainda é dada pela Tele-                                                                              quartzo; a Heliodinámica, 600 mil dóla­


        eletrónica. E caso de apelarmos até para                                                                           brás (CPqD),  Eletrobrás (Ccpel),  MCT                                                                               res, para obtenção de silício, em grau de


        a Presidência da República”.                                                                                       (CTI), além   dos Institutos M ilitar de                                                                             pureza  eletrônica;  e  um  grupo de seis

               Ponto de vista sim ilar é defendido                                                                          Engenharia (IME) e Tecnológico da Ae­                                                                               universidades (UFMG,  UFRGS,  Uni-


        por Wanda  Scartezinni,  da Sid,  para                                                                              ronáutica (1TA).                                                                                                    camp,  USP,  PUC e S. Carlos)  1,5  m i­

                                                                                                                                                                                                                                                lhões de dólares para desenvolver técni­
        quem "o Brasil está na última oportuni­                                                                                    No tocante a recursos, o Governo Fe­                                                                         cas de crescimento epitaxial e novos ma­



        dade de se capacitar em  microeletrô-                                                                               deral vem financiando há cerca de duas                                                                              teriais como Arseneto de Gálio (AsGA).

        nica, se  não quiser Dcrder o bonde da                                                                              décadas o esforço de microeletrônica,                                                                                       Q uanto aos recursos  hum anos,  "é


        história, até a  virada do século”.  Se­                                                                            através de órgãos como Fincp, BNDES,                                                                                fundam ental  acelerar a  form ação de


        gundo a técnica, o caminho da canacita-                                                                             CNPq e  Fipec e de iniciativas como o                                                                                  ente especializada”, opina  Pinto Gue-


        çáo tecnológica  não deve ser abando­                                                                               PBMicro (Programa  Básico de Microe-                                                                                S es (ex-Embratel), agora na Finep.para


         nado, mas leva tempo, e requer a forma­                                                                            letrònica) e do FNDCT (Fundo Nacional                                                                               quem "o  Brasil, com  pouco  m ais de 50

         ção dos recursos humanos necessários.                                                                              de Desenvolvimento  Científico e Tec­                                                                               mil  pesquisadores, dos quais som ente


         Entretanto, é preciso que o  País,  até                                                                            nológico).  Muito dinheiro já  foi e terá                                                                           200 em  microeletrônica, está  longe da


         1991,  produza  seus  próprios  chips                                                                              que ser gasto. O PBMicro prevê um total                                                                             massa de  1,2 milhões de pesquisadores


         mesmo com tecnologia de fora, senão a                                                                              de 13 milhões de OTNs, para o biênio 88/                                                                            que ostentam os EUA”. O PBMicro des­


         idéia de termos uma indústria de equi­                                                                             89, com  recursos provenientes do AD-                                                                               tina recursos para 360 bolsas de m estra­


         pamentos eletrônicos terá que ser aban­                                                                            TEN  e do  FNDCT.  Deste total,  4  m i­                                                                            do e doutorado  (60  no exterior)  só  na


         donada, visto que o chip será, em grande                                                                           lhões de OTNs estão reservados  para                                                                                área de microeletrônica — o que é visto

         parte, o próprio equipamento.                                                                                      universidades e centros de pesquisas, e

                                                                                                                            os 9 milhões restante para empresas na­                                                                             pelos e sp e c ia lista s  como  bom ,  m as



                                                   Brasil                                                                   cionais.                                                                                                            ainda muito pouco.

                                                                                                                                    Do lado  industrial,  destaca-se re­


                 O mercado mundial de microeletró-                                                                          cente projeto da Avibrás, que recebeu o                                                                                                               C a p a c ita ç ã o


         nica ascende  a  25 bilhões de dólares,                                                                            apoio de 26 milhões de dólares da Finep,                                                                                    O denominado ciclo completo do silí­


         70tt dos quais são para circuitos digitais                                                                         dos quais 9 milhões já foram liberados.                                                                             cio compreende seis etapas (vide box). O


         integrados (CDls).  No mundo  interna­                                                                              Uma  iniciativa de  inspiração  m ilitar,                                                                          Brasil já domina todas as etapas, restri­


         cional do chip existem três grandes gru­                                                                           destina-se o projeto da Avibrás a fabri­                                                                            tas algum as, por ora, aos  laboratórios


         pos: EUA e Japão, que dominam a alta                                                                               car, em escala  industrial, chips de alto                                                                           universitários, que já  produziram cen­

         tecnologia da fabricação de integrados;                                                                             desempenho, do tipo especial,  neces­


         os europeus que atuam em conjunto na                                                                                sários aos sistemas de defesa da  Aero­                                                                            tenas de  tipos de  chips.  O  LM E/U SP


         área de chips dedicados e mantém capa­                                                                              náutica,  Exército e M arinha.  Deverá                                                                             mostrou, no Info’88, efetuado no Rio de


         citação estratégica do restante, em suas                                                                            ser uma produçáo de alto conteúdo tec­                                                                            Janeiro, memória experim ental  ROM
                                                                                                                                                                                                                                                de  2  k b it/s,  em   tecn o lo g ia  C 2L.  No
         universidades; e os quatro dragões do                                                                               nológico, baixo  volume de  produçáo,                                                                              mesmo evento, o LSl/U SP  apresentou

         Oriente (Coréia, 1 long Kong, Singapura                                                                             alto  interesse estratégico e retorno fi­


         e Taiwan) que detém  a  produção, cm                                                                                nanceiro a  médio e longo prazos, prog­                                                                            processo em tecnologia CMOS,  com  2


          larga escala,  dos componentes de uso                                                                              nosticou  um  especialista,  afirm ando                                                                            |im, de porta.  A  UFRGS já  produz mi­


          universal.                                                                                                         que com  isto o  Brasil nada mais faz do                                                                           croprocessadores de  1  bit que encontra


                 No Brasil, os esforços para microelc-                                                                       que fazem os outros países com seus pro­                                                                           uso em  aplicações  in d u striais,  como


         trônica se distribuem   pelas áreas de                                                                             jetos militares c espaciais.                                                                                        para o controle de elevadores.                                                                           I

          P&D, na de investimentos financeiros e


          na formação de recursos humanos.


                 Na área acadêmica de P&D vicejam

          na USP o LSI (Laboratório de Sistemas


          Integrados), o LME (Laboratório de Mi­


         croeletrônica) e o LSD (Laboratório de


          Sistemas Digitais), todos interessados


          em algum aspecto de microeletrônica. O


          LSI se concentra no desenvolvimento de

          um minissuper computador (MS-8701),


          de alto desempenho,  utilizando até 64


          processadores de 32 bits para  alcançar


          25 Mflops (milhões de operações lógicas

          por segundo).  Além disto, desenvolve


          ferram ental  lógico  para  projetos de


          chips. O LME, organizado em 68, tem


          em sua equipe 21 doutores, 46 mestres e


          38 pesquisadores que estão  voltados


          para a fabricação de máscaras e para o


          domínio técnico do ciclo completo de


          produção do silício.  Seu  esforço de pes­


          quisa ainda seextende para dispositivos


          de Arseneto de Gálio, epitaxia,  células


          solares, circuitos híbridos e de ondas de

          superfície, técnicas bipolares e MOS.


                 Na Universidade de Campinas (Uni-


          camp), o LED (Laboratório de  Eletrô­


          nica e Dispositivos) se dedica à tecnolo­


          gia básica  para  produção de chips in­


          cluindo fornos de alta precisão, proces­

          sos para deposição de elementos e para


          implantação  iônica.  Esnccializaram-se                                                                             O CPqD da Telebrás já produziu várias dezenas de circuitos integrados dedicados para serem


          na  área de projetos  VLSI (very large                                                                              utilizados em equipamentos de telecomunicações.





          TeWxotf. Ncv7Dez788                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            3/
   5836   5837   5838   5839   5840   5841   5842   5843   5844   5845   5846