Page 5959 - Revista Telebrasil
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criou-se tecnologia. Contudo, a 622 enve­
         sembocou numa situação inibidora da in­                                                                                    foi  a  Portaria  622/75  que  estabeleceu


         dústria,  na  geração  de  produtos  pró­                                                                                  diretrizes que vigoram  até  hoje e  que o                                                                                   lheceu.  E  porque?                                              inquiriu  Rõrnulo


         prios”. Em essência, o que pretendem os                                                                                    Minicom pretende agora mudar.                                                                                                Villar Furtado, Secretário-Geral  do  Mi-


         técnicos do Ministério é estimular a ini­                                                                                          — A Portaria 622 foi produto de uma                                                                                  nicqm.

                                                                                                                                                                                                                                                                         É ele  mesmo que  responde,  ao dizer
         ciativa privada na geração de novos pro­                                                                                   era em que a indústria brasileira era  in­


         dutos e  "desatrelá-la do  CPqD”,  cuja                                                                                    cipiente e ela cumpriu, sem dúvida, com                                                                                      que a limitação do número de fabricantes



         atuação seria agora dirigida para pesqui­                                                                                  sua  finalidade.  Consolidou-se  uma  base                                                                                   preconizada na 622 — entre 2 e 4 por li­


         sa aplicada, tal  como na capacitação em                                                                                   industrial,  nacionalizou-se  o  setor  e                                                                                    nha de produto — distorce a competição e


         circuitos microeletrônicos dedicados.


                 Para entender a política industrial de


         hoje é necessário, todavia, uma volta ao


         passado. Sucessivas administrações lan­


         çaram mão do poder de compra e de pa­


         dronização  da  Telebrás  como  instru­


         mento de desenvolvimento industrial do


         setor.  O  objetivo  visado  foi  o  de "obter



         bens produzidos localmente — a custos e


         qualidade  adequados — por empresas


         brasileiras dotadas de autonomia geren­


         cial e tecnológica e capazes de gerar pro­


         gressivamente, tecnologia no País”.


                  Desde da  Lei  4117/62  (Código  Bra­


          sileiro das TCs)  ficou  evidenciada se a


          preferência do Estado em privilegiar gru­



          pos cujo  capital  fosse majoritariamente

          brasileiro. Em década posterior, em 71, o



          então Ministro Higyno Corsetti desenca­

          deava o Plano de  1  milhão de Telefones



          lançado as famosas "cartas de intenção”,                                                                                    A procura do caminho cm M                                              it0 8  e Realidade» (X IV  Painel Tolohrasil, 23 e 24/03/87,


          destinadas a dar um mínimo de respaldo                                                                                      Canola, RS)...


          aos grandes  investidores  industriais


          Ainda na década de 70, o fato relevante


           foi a entrada em cena das centrais telefô­


           nicas  por  programas  armazenados em


           computador, dando origem  a sucessivas


           gerações  tecnológicas,  primeiramente


           das CPAs de comutação espacial (analó­


           gicas) e depois das atuais CPA-Ts (tem­


           porais ou digitais).


                   Como  relembrou  o Ministro Quandt


           de  Oliveira,  formou-se na ocasião uma


           Comissão Técnica que viajou ao exterior,

           daí  nascendo  a  Portaria  590/73  que


           cunharia com o termo CPA (comando por



            programas armazenado) e previa a distri­

            buição,  pelo  Brasil,  de  experiências-


            piloto, com  base  na  tecnologia espacial.


            Pela nova geografia da 590, a tecnologia


           PRX,  da  Philips seria  instalada em  S.


           Paulo; a ND-10, da Nec, seria carioca;  a


           metaconta da ITT (Sesa), das alterosas; a
                                                                                                                                      ... sucedeu-se a discussão do modelo em O Que M udar? (São Paulo,  17 e 18/03/87)...
           AXE da Ericsson, ficaria no planalto e os


           gaúchos receberiam a CP-44 da Siemens.


                   Em  paralelo,  iam se consolidando os


           conceitos de que a  tecnologia temporal,


           que seria o futuro, devia ser desenvolvida


           localmente e que o  mercado só poderia


           comportar um máximo de 3 fornecedores.


           Neste sentido,  com a  Portaria  661/75,


           nascia o  CPqD  (que  só dois anos mais


           tarde se instalaria, provisoriamente, em


           Campinas) e se dava início ao desenvolvi­


           mento da tecnologia Trópico (então cha­


           mada Siscom) no FDTE, da USP.  Pouco



           depois, julgava-se concorrência  interna­

           cional, em  que  Philips,  GTE e Siemens


           foram descartadas,  sobrando as tecnolo­


           gias CPA-Ts da  Ericsson  (Axe),  ISEC


           (Metaconta) e Nec (ND-10/20). Com a re­


           tirada da ITT,  a Siemens voltaria a ser


           classificada.



                   Mas o documento que marcaria defini­


           tivamente a  Política  Industrial  do setor                                                                                 .. para  um setor atento às novas tendências que se esboçam
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