Page 6070 - Revista Telebrasil

T e l e f o n e s P ú b l i c o s :
C o n q u i s t a s e d e r r o t a s
"Proteja um orelhão, náo deixe m ente a plena execução do plano de po­
que nenhum mal aconteça a ele". pularização.
O Plano, deflagrado em 85 pelo M i­
Apesar da frase de conscientiza­
n istério das C om unicações, v isa levar
ção divulgada pela Telerj, atra­ principalm ente às populações carentes,
vés de contas telefônicas, os atos de baixa renda, os benefícios das teleco­
de vandalismo praticados contra m unicações, baseando-se na im p lan ta­
telefones públicos continuam ção de telefones público e sem ipúblico,
centrais com unitárias e lin h as com par­
sendo grande problema para as
tilhadas. O program a de popularização
operadoras. Por outro lado, um r e v e lo u -se v erd a d eiro su c e sso , v isto
promissor futuro tecnológico se que, em 1985, um ano após o cu m p ri­
agiganta no caminho dos TP’s Já m ento das novas m etas do M inicom , o
B ra sil fech ou o ano com um to ta l de
iniciado pelos novos aparelhos a
1 0 4 .7 0 0 T P ’s, p u la n d o em 86 p a ra
cartão e que abrirão caminho às 136.800. A expectativa do S istem a T ele-
especiais perspectivas da micro- brás é de, em 1987, elevar esse núm ero
eletrônica, capaz de proporcio­ para a casa dos 180 a 200 m il aparelhos.
nar ao usuário uma vasta gama
de outro serviços. V a n d a lism o
O van d alism o contra o p atrim ón io
Os T elefones P úblicos (TP’s) de todo público vem se caracterizando como um
P aís, os populares ''orelhões”, ao m esm o dos problem as das operadoras do S is­
tem po que estão num período de alta co­ tem a T elebrás, já que é o causador da
tação, tam bém se encontram num perío­ destruição crescente dos "orelhões” com
do de b a ix a . É a lg o p arecid o com um prejuízos sociais para a população, prin­
"morde e assopra”. E o que se pretende cipalm ente das áreas carentes que não
com isso? dispõem de outros m eios de telecom u n i­
O program a de popularização do te le ­ cações, sofrendo duplam ente pela falta
fon e e a e v o lu ç ã o dos T P ’s para um a de serviços e pelo dinheiro perdido que
nova fase eletrônica com cartões são fa­ poderia ser aplicado na expansão e m e­
tores responsáveis pelo seu sucesso. Os lhoria d esses serviços.
atos de vandalism o, fraudes e depreda­ A nualm onte, as em presas concessio­
ções de todas as form as contra os "ore­ nárias são obrigadas a in vestir grandes
lhões” constituem as partes do m onstro so m a s de r e c u r so s na r e sta u r a ç ã o
devastador que prejudicam m ais direta- su b stitu içã o de aparelhos danificados,
O Programa de Popularização do Telefone vem ampliando o serviço das comunicações à po­
pulação carente.
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Naja de Paula Rodrigues
incluindo o que se gasta devido a frau­
des e roubos de fichas (essas represen­
ta m v a lo r e s), p eças e componentes, o
que n a tu ra lm en te acarreta déficits fi­
nanceiros para as operadoras. Do total
de T P ’s in stalad os no P aís, elas são obri­
gadas a su b stitu ir cada ano cerca de dois
terços d esses aparelhos, cujo custo de in­
v esti m en to u ltra p a ssa a casa dos Cz$
100 m ilhões.
T ais atos de vandalism o são pratica­
dos na m aioria dos Estados visando pe­
ças como m onofone, retirada do punho,
cortando o fio que o interliga ao restante
do aparelho, disco, cordão e cofre de fi­
chas (tam bém para vender as fichas ali
acum uladas) No entanto, o capacete do
"orelh ão” e m esm o todo seu conjunto,
não escapam do roubo. Terrível, quando
o ato de vandalism o provoca a destrui­
ção to ta l do eq u ip am en to através de
fogo e uso de ácidos, ou causa danos difi­
cilm en te reparáveis.
No caso dos líquidos, os circuitos im­
pressos é que são afetados diretamente.
O problem a é que os componentes ele­
trônicos passaram e ainda passam por
dificuldades de importação. O resultado
e u m a sé r ie de T P ’s "encostados” es­
perando com ponentes e peças de reposi­
ção que n ece ssitem de matéria-prima
im portada para fabricação no Brasil
Por vezes, o vandalism o é praticado
apenas devido à im paciência do usuário,
que depreda o aparelho por que o ruído
e de discar dem ora a chegar, quando na
v erd a d e tr a ta -se de um problema dê
con gestion am ento do tráfego, generali­
zado em todo sistem a telefónico. Ainda
b om b in h as ju n in a s são entocadas nas
cab in as e m esm o insetos são introduzi­
dos nos aparelhos. Para alguns técnicos,
se as operadoras não tivessem seus de­
p a r ta m e n to s próprios, especializado^
em consertos e reparos, os custos de re­
cuperação dos T P ’s seriam bem maiores
pois se d ep en d eria de empresas parti­
culares.
A té as novas cabinas, grandes, em fi­
bra de v id r o , situ a d a s preferencial­
m ente na orla m arítim a ou em praças,e
in sta la d a s em convênio de várias em­
p r e sa s com a s concessionárias, pas­
saram a ser para essas últimas novo mo­
tivo de dores de cabeça, já que no con­
trato firm ado é obrigação os telefonei
estarem sem pre em bom estado. 0 qtf
advém é a m anutenção ou troca qu£-1
que diária dos aparelhos. Além do mi ­
as cabinas servem à noite de dormiti r;
e m ictório de m endigos.
H á um sistem a de segurança r v
tado em conjunto com a Policia Milita
Teletxasii. Mck