Page 6066 - Revista Telebrasil

D E B A T E
Ethevaldo Siqueira (RNT)
os 15% de para-quedismo político cheguem a
comprometer mais ainda a eficiência do Sis­
tema Telebrás7
A. Vieira Dias (PR Telebrás) — Lutar pela boa
imagem do setor e de seus profissionais De­
monstrar as forças políticas a importância de
manter na direção pessoas habituadas a lidar
com sistemas tão complexos A propósito, ha
que distinguir entre elementos que mesmo in­
gressando com respaldo político — e temos um
exemplo à nossa vistaqueeoCel. Antomo João.
da Telerj — têm conduzido com serenidade em
presas por vezes difíceis Por outro lado, receio
que ha administradores que em nada acrescen­
tam Ate acho que um presidente político e um
quadro técnico muito solido e uma posição acei
tavel. 0 ministro Antomo Carlos Magalhães, jus­
tiça seja feita, e um dos que mais luta para pre­
servar nos cargos de direção pessoal de TCs
H.C. de Matos (ex-Mm. das C om um c.) — Como
estaria o sistema de TCs, caso estivesse em
mãos da iniciativa privada7
A, Monteiro (C onferencista) — Tendo as mes­
mas condições e meios concedidos a Telebrás, a
empresa privada não temeria qualquer con
fronto. Quanto as injunções de ordem política e
baseado em minha experiência pessoal elas
seriam minimizadas
H. Pederneiras (C onferencista)
teriam sido alcançados a menores prazos e cus­
tos, mantendo a União o regramento geral do
conjunto para determinar à empresa privada fa­
zer aquilo que. sabemos, não faria
J.C. Vallim (C R T e le b ra s il)- Qual a razão que
se optou para prorrogar a vigência do FNT (pre­
visto para 10 anos) ao invés de incorpora lo à
tarifa, para expansão e melhoria dos serviços7
A.V. Dias — Esta foi decisão que fugiu, à época,
ao âmbito das TCs.
D. Siffert (Telebrasil) — Seria a oportunidade
de levar este assunto aos constituintes.
A. Carreira (PR Telebrasil) — Os investimentos
de 27 bilhões de dólares que o setor precisa são
cerca de 20% da dívida externa. Teria a empre­
sa privada meios de suportar este investimento7
E como ficaria o problema da telefonia rural e o
atendimento das camadas sociais carentes, que
o Governo procura atender, apesar da baixa ren­
tabilidade7
A. Monteiro - Eu me referi a um modelo de
economia mista as avessas, com a participação
Como evitar que do Governo. Seria necessário popularizar o tele­
fone. com o uso de tecnologias baratas, como a
linha compartilhada No interior, os fazendeiros
uniriam esforços participando acionariamente.
o mesmo fazendo os usuários, em geral Os po
deres públicos, o Governo Federal teria compe­
tência regulatória, os poderes estaduais e muni
cipais participariam, também, transformando
todas as empresas em associadas.
Quandt de Oliveira (Sphce) — Foi mencionado
que um terminal telefónico custa, a nível mter
nacional, da ordem de 3 a 4 mil dólares. Consi
derando 4 milhões de novos terminais, isto cor­
responde a cerca de 1,4 bilhões de dólares. Ora.
temos 22 bilhões de cruzados aprovados ou seja
pouco mais de 1 bilhão de dólares. Como será
financiar esta expansão?
A.V. Dias - Estes são valores de dezembro de
86, que deverão ser revistos A origem dos re­
cursos sera de 70 a 80% , via autofmancia-
mento. complementados pela reaplicaçáo de
recursos propnos A Telebrás encerrou o exercí­
cio de 86 com lucro de 6,1 bilhões de cruzados
(4% de rentabilidade). Com recentes reajustes
tarifários o sistema deverá alcançar rentabilida­
des de 6 a 7%.
M. Martins (Cook) A empresa privada vem ar
rebanhando talentos do Sistema Telebrás. Nào
seria interessante, para efeito de melhor com­
Os objetivos preensão mútua, que a corrente se invertesse,
para que o pessoal da empresa privada veja um
pouco do outro lado7
A.V. Dias Sem duvida A troca de idéias e im­
prescindível e pode ocorrer por diversos meca­
nismos.
Antonio João ( Telerj)
zaçáo e estatizaçáo lembro a intervenção de que
participei, como interventor do Governo, no
Grupo Dona Isabel. Em 8 meses tiramos a em­
presa do vermelho e salvamos 4 mil empregados
e a empresa da falência. Ao considerarmos a
passagem do sistema de TCs da área estatal
para o da iniciativa privada é importante con­
solidar primeiro os ideais do que se pretende. 0
aspecto social, não pode ser esquecido. Dentro
da idéia de mteriorizaçào e popularização do
telefone, preconizada pelo Ministro Antomo
Carlos, demos prioridade a resolver o problema
de mais de 200 zonas silenciosas do interior flu­
minense.
Gostaria de citar o recorte de publicação
americana que mostrei ao Almir Dias em que se
Roberto Lamogha. (Telebrás>
reclamava o fato de hoje em dia nào haver ia
telefones em quantidade suficiente para ater
der a demanda e se queixando da situação
Quanto a privatizaçao, no momento, mesmo
consideradas pressões políticas, minha impre-J
sao é que seria um passo muito perigoso para o
Pais tomar
A. Monteiro Nenhuma mudança de onem^
çao dessa magnitude poderia ser feita de re
pente. Frente a crise económica que o Pais ora
atravessa não creio que grupos privadostentar,
interesse em investir em telecomunicaçoe
Quanto a telefonia rural, como nordestino m
Campina Grande, me sensibiliza muito o m
tenor de um Brasil mudo, com pessoas necess
tando andar 80 a 100 km para se comunica'
quando um simples PS (posto de serviço) resr.
veria, em muitos casos, o problema
0. Barradas (ABC) Como ve a Telebrás apu
vatizaçáo de certos segmentos específicos, e~
segmentos de mercado bem específicos, con'.3
qualidade dos serviços especificada pela Teie
bras7 Quando estaria maduro o assunto para
que sucedessem as primeiras privatizações
A.V. Dias Discute-se, muito, no momer::
esta problemática. Ha os que argumentai a t
a empresa privada sempre opta por segment.,-
altamente rentáveis — como a telefonia movei e
outras — e deixa para as estatais serviços m
deficitários. O assunto tem fortes conotaçce:
políticas, como evidenciado no caso da ut’1^
çao do satélite operado pela Embratel Não - .
mos avessos a qualquer analise que vise ace
rar o desenvolvimento das TCs brasileiras,r'’
fazemos a ressalva da existência de toda uma
A propósito de privati- problemática política por detrás do assunt:
H. Pederneiras Alem da rampa de acesv
gradual do regime estatal para a privatize
apresentada por O Barradas, o que devera c '
rer nas áreas onde não é mais necessana a atua­
ção do Governo, acho que deveria have' uma
gionalizaçãodessa rampa de acesso, istot *
eventual privatização, não precisana ocorre ^
nível nacional, mas sim regional. Em $u -
seria regional izaresetorizar. ao considera-
vatizar. „
C. Collado (IB M ) Gostaríamos
Telebrás algo em referencia ao planeja^
sobre digitalização da rede, integração ^
como Renpac e Transdata. e serviços te - ¦
cos. Como caminha este assunto7
A.V. Dias Por coincidência, na um -
Marco Aurélio (M o n y te l>