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dade econômica, de arrancar dos demais
grupo» uma parte da renda real que lhes
cabe. Isso melhor se esclarece com exem­
plos:
a) Pode o govêmo de um país, dis­
pondo do poder emissor de moe­
da, resolver realizar determina­
dos empreendimentos, ou então
aumentai1 os salários dos seus
funcionários em proporção supe­
rior à possibilidades da economia
do pais; outro exemplo é o do úl­
timo e do atual govêrno conce­
dendo aos empregados dum certo
número de autarquias federais
salários que dão lugar a vultosos
deficits de operação, os quais são
cobertos por emissões de papel
moeda;
b) Pode o sistema bancário realizar
uma expansão de crédito para
suprir a empreendedores ou in­
dustriais recursos monetário em
quantidade superior às possibili­
dades de caixa dos bancos, caso
em que éles recorrem à Carteira
de Redescontos, que lhes supre a
quantidade de moeda suplemen­
tar que êles solicitam;
c) Também pode dar-se o caso em
que diante da pressão dos sindi­
catos operários, ou da demagogia
governamental ou peleguista, são
concedidos aumentos salariais su­
periores aos que permite o aumen­
to da produção.
netário adicional assim acresci­
do, sem que haja aumento cor­
respondente de produção, dá lu­
gar a alta dos preços.
São estas as três modalidades princi­
pais da inflação. Pode-se dizer que das
três a terceira modalidade, o aumento ex­
cessivo dos salários, é a pior.
emissões de moeda resultantes de despe­
sas excessivas da União podem ser corri­
gidas reduzindo essas despesas; expansão
de crédito para uma provisão excessiva de
recursos monetários ao Comércio e à In­
dústria também pode ser corrigida fa­
zendo variar a relação entre os encaixes
e os depósitos bancários. Mas o aumento
de salário E’ IRREVERSÍVEL; nã0 pode
ser corrigido. Daí a distinção que se faz
entre «inflação de demanda*, como nos
dois primeiros casos e «JNFLAÇAO DE
CUSTOS» no caso dos salários.
Além dessas três principais origens
inflacionárias citadas, pode-se verificar a
inflação por motivo da alta de preços dos
produtos de exportação (café por exem­
plo), ou de importação (por terem subido
os preços nos países de origem ). Foi o
caso que se verificou durante e logo depois
da guerra. Mas isto não tem aplicação
ao caso da atual inflação brasileira.
3) — OS QUE PERDEM E OS QUE
UAJNhAM
Em tôda inflação, a moeda adicional
se infiltra atravé3 de um determinado
grupo. Pode ser o grupo dos empreiteiros
de Brasília, ou das estradas de rodagem
por exemplo; pode ser o grupo dos indus­
triais ou dos incorporadores de edifícios,
que se beneficiam de uma expansão de
crédito bancário; podem ser os emprega­
dos das autarqúias, em que os salários fo­
ram despropositadamente aumentados (por
exemplo um taifeiro ganhando tanto quan­
to um capitão de corvêta da Marinha de
Guerra).
Em cada um dêsses casos b grupo que
recebe, em primeira mão, o fluxo mone­
tário adicional é beneficiado, porque pas­
sa durante certo tempo a dispor de um
poder de compra maior do que o dos de­
O volume mo­
mais grupos, ainda não beneficiados. O
benefício auferido pelos que recebem em
primeira mão o aumento da quantidade de
moeda vai gradativamente se propagando
para os grupos com os quais êles têm re­
lações econômicas mais estreitas. No ca­
so dos empreiteiros do govêrno, por exem­
plo, os seus fornecedores de materiais par­
Porque ticiparão sem demora de parte do bene­
fício; no caso dos incorporadores de edi­
fícios, os proprietários dos terrenos ad­
quiridos e os fornecedores de materiais
também vão tirando gradativamente van­
tagem do fluxo monetário adicional. No
caso de guerra os aproveitadores seriam
os produtores de armas e munições. Os