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TARIFAS NÃO DEMAGÓGICAS /
Comentários de
Pedro Renault Castanheira
A TELEBRASIL de há muito que se bate contra as tarifas demagógicas —
tão de gôsto dos brasileiros — isso porque tais tarifas são responsáveis pelo baixo
desenvolvimento da rêde telefônica nacional.
Acabamos de receber de Washington, da NARUC ( Associação Nacional dòs
Comissários de Estradas de Ferro e de Utilidades Publicas), a compilação de tódas
as tarifas de serviço telefónico local nos Estados Unidos da América do Norte, da
tada de outubro de 1962; e como essa compilação mostra, de um modo geral, que
as tarifas hoje em vigor naquele país são ainda mais altas do que aquelas' que
citamos no suplemento do Telebrasil-Noticiário, edição de maio-junho, baseadas
em publicação mais antiga, não podemos resistir ao desejo de voltar ao assunto,
desta vez publicando ao lado, fotocópia da fôlha correspondente às tarifas em uso
no Estado de Connecticut, as quais foram escolhidas para serem devidamente co
mentadas e comparadas com algumas das tarifas em vigor em cidades brasileiras
De acordo com a tarifa em vigor no Estado de Connecticut, numa cidade de
desenvolvimento telefônico comparável ao de Belo Horizonte, ou Niterói, por exem
plo (17 500 a 25.000 telefones), o serviço de uma linha individual de comércio, sem
limite de ligações, custa 10 dólares por mês, isto é, Cr$ 6.200 (cotação oficial de
Cr$ 620,00 por dólar) . Em Belo Horizonte, um telefone da mesma classe, também
sem limite de chamadas, não acessível ao público, custa apenas Cr$ 1 250,00 e o
telefone acessível custa Cr$ 2.500,00 por mês. Em Niterói, tanto o telefone acessí
vel como o não acessível ao público custa apenas Cr$ 1.092,80 por mês.*
No Estado de Connecticut, numa cidade com uma rêde telefônica do porte da
do Rio de Janeiro t 260 000 a 450 000 telefones), o telefone de negócio, com serviço
medido, com direito apenas a 75 chamadas por mês, custa US$ 8.75 (Cr$ 5.420,000,
aproximadamente) e cada chamada extra custa 5 e meio cents americanos (Cr$
34,00, aproximadamente). Assim, em Connecticut, numa cidade de 260 000 telefo
nes, um telefone de comércio que faça 300 chamadas por mês custa US$ 8 75 -t-
(225 x 5.5 cents) = US$ 21 12,5 (aproximadamente Cr$ 13.100,00 por mês).
Em Connecticut, as tarifas mais baixas são aquelas que se aplicam às rêdes
de uma até 4.500 linhas. Nessa classe, o serviço não é medido. O telefone de negó
cio custa US$ 6.25 (aproximadamente Cr$ 3.875,00 e o telefone de residência, linha
individual, custa US$ 3.45 (aproximadamente Cr$ 2.140,00).
Nas cidades brasileiras, o serviço automático, sem limite de ligações em rê
des pequenas e médias, é cobrado hoje sob as seguintes tarifas:
N v de telefones Negócio Residência
CIDADE funcionando Cr$ Cr$
Barbacena 1.365 1.000,00 500,00
Campinas (1) 13.400 1.253,40 1.044,50
Campos 3.859 695.50 396.80
Diamantina 264 900,00 450,00
Friburgo 2.130 430,00(3) 430,00(3)
Itajubá 966 1.000,00 500,00
Juiz de Fora 5.028 1.300,00 950,00
Petrópolis 8.763 695,50 396,80
Teresópolis 2.468 695,50 396,80 %
Varginha 1.073 1.000,00 500,00
Vitória 6.149 800,00 500,00
Cidades dos mesmos
portes ou menores, Até
em Connecticut, 4.500(2) 3.875,00 2.140,00
NOTA (1) — 50% da tarifa é paga em forma de taxa especial reservada à expansão
serviço telefônico local.
NOTA (2) — As cidades de Connecticut com mais de 4.500 telefones cobram tarifas rm
elevadas do que as que estão aqui consignadas, como se vê na fotocópia
junto.