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Hugo Pinheiro Soares
Conforme o leitor verificará na presente ediçào de TELEBRASIL NOTICIA
RIO, alguma coisa se íêz, no decorrer dos últimos dois meses, visando à fórmula
de solução definitiva para o problema da falta de telefones existente nos gran
des centros do país.
Sente-se a preocupação generalizada em tôrno do assunto e o propósito das
autoridades de virem a encontrar a solução, desta ou daquela m aneira — mas
certos de que o problema precisa ser resolvido incontinente.
É verdade que o tumulto prevalece, as incompreensões subsistem, a dema
gogia ainda lavra, voraz e impressionante — mas o pouco que se tem conseguido
obter da-nos a convicção de que estamos no bom caminho e de que, mais hoje
mais amanhã, haveremos de equacionar o problema, marchando para a regula
rização adequada e definitiva do sistema nacional de telecomunicações.
Na presente edição, inúmeros são os casos de novas instalações realizadas
pela iniciativa particular, operando como concessionárias o serviço telefónico
no interior do país. Do Rio Grande do Sul à longínqua Paraíba, algo pôde ser
leito, a duras penas — e novos milhares de linhas se incorporaram ao sistema
telefónico nacional, a atestar que nem tudo está perdido.
Na Capital de São Paulo, após a assinatura do nõvo contrato de concessão
celebrado entre a Prefeitura local e a CTB, será dado início à execução do plano
ue ampliação da rêde existente, prevista uma etapa inicial de 30 mil linhas.
Enquanto isso, em Maceió, Itabuna, Ilhéus e cidades do interior do Mato Grosso
e Paraíba amplia-se e atualiza-se o serviço existente, com pleno êxito.
Nesta altura dos acontecimentos, chamamos a atenção dos nossos leitores
para o magnífico topico do “Correio do Povo’*, de Pôrto Alegre, que transcreve
mos, logo após êste bilhete — que dá bem a síntese da situação nacional, con
frontada com a de outras nações, onde tem sido possível investirem se elevadas
somas no serviço de telecomunicações, sem espalhafato e sem demagogia.
No caso citado pelo articulista sulino — a Itália — vemos o interêsse dis
pensado ao problema, e o êxito da iniciativa particular, responsável pela explo
ração do sistema telefônico daquela nação de tal sorte que, já dispondo o país
de mais de quatro milhões de telefones, foi possível aos operadores privados
instalar em um ano 308 mil novas linhas — pouco menos de 10% do número
de aparelhos em funcionamento.
Pudéssemos nós encontrar condições para atender à demanda existente no
país na mesma proporção, e outra, por certo, seria, hoje, a s/tuação de inferio
ridade em que nos encontramos em relação aos demais países do globo, onde.
apesar de ser grande o número de aparelhos instalados e muito inferior, con
sequentemente, a demanda registrada, tem sido possível, como o foi na Itália,
instalar em um ano mais de três centenas de milhares de novos term inais.
Diga-se, de passagem, que a Itália, com seus quase quatro milhões e meio
de telefones — operados exclusivamente pela iniciativa privada — tem mais
telelones do que tòda a América do Sul. que possuía em janeiro de 1962 apenas
3 475 500, dos quais aproximadamente 50% operados por organizações estatais.
Para que o Brasil possa dar início a um esforço concentrado visando à solu
ção de sua crise de crescimento em matéria de comunicações telefônicas, neces
sário será instalarem-se pelo menos uma primeira etapa de 750 mil linhas. Tudo
o mais que se fizer, e não chegar a êsse algarismo, poderá ser considerado um
esforço inicial meritório — mas nunca uma solução já em m archa.
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