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TELEFONES, AINDA

Correio do Povo — Pórto Alegre — 29-8-63

Quase estaríamos desistindo de escre­ em quatro anos, instalado mais aparelhos

ver mais sóbre telefones. Para que fazê-lo? novos, que todos os existentes no Brasil !

Não chega a parecer algo como masoquis­ Há várias entidades que tratam dos

mo, pois tanto se bate numa tecla de que, problemavS telefônicos italianos, explora­

por ora, as notas são sempre de decepção e dos m ediante concessão. Não se conhe­

desencanto? O que se ouve de clamores, de cem, entre nós, os princípios fundam en­

irritações e de revolta contra o estado de tais seguidos por essas organizações. Mas

coisas observado em m atéria de comunica­ seria im portante examiná-los. Porque,

ções telefónicas é sempre igual, há dez afinal de contas, o povo tem o direito

anos como ontem, há quinze anos como de saber o que pretendem fazer das

anteontem, há cinco anos como há cinco suas necessidades, que rumos vão dar

minutos. aos seus problemas, que solução preten­

Para que, entretanto, não se fale so­ dem oferecer às suas angústias. Há m ilha­

mente em decepções e aborrecimentos, ci­ res, dezenas de milhares de pessoas que

tem-se alguns dados que, remotamente, esperam seu telefone, que o reclamam,

embora nos tragam algumas esperanças. que dèle têm urgência, no lar, no local de

Se outros souberam resolver seus proble­ trabalho, no hospital, no vilarejo do inte­

mas de telecomunicações por que nós h a­ rior, na granja, onde quer que seja. Não

veremos de ser condenados a não resolver estão pedindo telefones a título gracioso.

os mesmos problemas? Querem pagá-lo, naturalm ente. Mas não

Vejamos logo a Itália. Em 1962-63, a há forma. Os telefones não chegam. As

Itália investiu 90 bilhões de liras em m e­ lutas se arrastam . Os demagogos prom e­

lhoramentos e ampliações telefónicas. Isto, tem tudo para nada fazerem. Os que

traduzido em cruzeiros as cotacões atuais, combatem os demagogos, também não

anda na ordem dos Cr$ 120.000 000.000,00! chegam a um resultado...

Viram bem? Três vézes o orçamento in­ Mas seria muito difícil pedir a um

teiro do Estado do Rio Grande do Sul!.. . italiano que viesse ensinar aos gaúchos a

Quantos telefones teremos, os gaú­ arte de resolver seus problemas telefô­

chos? Não o sabemos precisamente. Mas nicos?

deve ser da ordem de 40.000 aparelhos.

Pois bem, a Itália instalou, em 1962, NOTA DA REDAÇÃO — Pasmem os

308.000 novos aparelhos ! O Brasil deve demagogos: — Na Itália, os 4.235.215 te ­

ter, hoje, algo como 1.100.000 aparelhos te­ lefones existentes no dia l.° de janeiro

lefónicos. Se continuar o ritmo de cres­ de 1962 eram, e o são hoje, operados pela

cimento observado em 1962, a Itália terá, iniciativa privada, sob tarifas adequadas.

COMISSÃO PARA ESTUDAR ORGANIZAÇÃO DA (EMBRATEL)

O Diário Oficial, Seção I, Parte I, do Art. l.° — Fica constituída, junto à

dia 4 de setembro do corrente ano, pu­ Presidência da República e com o fim

blica à página 7667 o seguinte decreto: de estudar e propor a criação e organi­

DECRETO N.° 52.444 de 3 de setembro zação da entidade autônoma de que

de 1963 trata o art. 42 da Lei n.° 4.117 de 27

de agosto de 1962, uma Comissão inte­

Constitui comissão para estudar e grada das pessoas a seguir indicadas:

propor a criação e organização da Coronel A. Adhemar Scaffa de Aze­

Emprêsa Brasileira de Telecomu­ vedo Falcão (Presidente)

nicações (EMBRATEL)
Ten. Cel. José Antônio de Alencas-

tro e Silva

O Presidente da República, usando

da atribuição que lhe confere o art. 87, Ten. Cel. Dagoberto Rodrigues

item I, da Constituição, e tendo em ^ is- Dr. Durval Vieira Calazans

ta o que dispõe o art. 42 da Lei n.° Dr. Raymundo de Araújo Castro

4.117, de 27 de agosto de 1962, decreta: Filho

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