Page 1589 - Telebrasil Noticiário
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DIVULGADO PELA
ANO II
FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE EMPRÊSAS DE TELECOM UNICAÇÕES DO BRASIL
r i o d e Ja n e i r o JANEIRO DE 1962 DISTRIBU IÇÃO IN TERN A
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Diretor responsável: Hugo P. Soares
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BILHETE AO LEITOR
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. % t * O falecimento inesperado do eminente e saudoso Senador Cunha Mello,
no exato momento*em que a Câmara Alta se apresta para reiniciar os debates em torno do Codigo
Brasileiro de Telecomunicações, representou, na verdade, um rude golpe para quantos defendem
a preservação e a sobrevivência da iniciativa privada no setor da telecomunicação no Brasil.
• f • * Cunha Mello vinha, há vários anos, pugnando no Congresso em favor da
instituição de um sistema normativo rígido e segur»^ mediante o qual pudesse o Estado, sem rei e
gar o plano subalterno a inn:ativa dos particulares * r pelo contrário, fortalecendo e disciplina n
do esta participação. —A assegurar à Nação um sistema de comunicações adequado e eficiente, -
sem excessos, sem pêias e sem abusos. Um estudioso apaixonado do problema, o grande parla
mentar rebuscou as mais atualizadas teorias sobre o assunto, aprofundando-se no exame de tem a
assim palpitante, oferecendo aos seus pares que consubstanciava uma série de dispositivos do m£
lhor quilate, o qual, se aprovado à epoca, teria oferecido ao País bases e condições adequadas pa
ra fazer com que o Estado, até aqui apenas presente no campo da telecomunicação em Decretos ob
soletos, sempre representado por órgãos de limitada atuação, passasse a atuar decisivamenfe jun
to às operadoras do serviço, submetendo-o a rigoroso controle, de acordo cqm a forma expressa
mente consignada no texto constitucional. , .
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O chamado Projeto Cunha Mello, aprovado pelo Senado, sofreu, na Cama
ra doa*Deputados, completa reformulação, com o completo desmantelamento de suas precípuas fi
nalidades, a ponto de representar, na forma votada, a integral estatizaçao do serviço e o aniquila
mento da iniciativa particular. # t ’ y •
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^antos acompanharam, na Câmara Alta, a tramitação do Código de Te
lecomunicações votado pela Câmara e submetido à revisão do Senado, tiveram oportunidade de veri
ficar o empenho, o interesse e o desvelo daquele saudoso homem público, no sentido de restabele
cer a forma mais liberal do Projeto de origem, expungindo a matéria daqueles dispositivos que lhe
emprestavam cunho nitidamente monopolista. O provecto parlamentar, incansavelmente, tudo fez
para levar aos seus pares os esclarecimentos que se faziam indispensáveis — e para isto, fato
ímpar na histótia do Parlamento, pela mesa dos debates, nas reuniões da Comissão Especial cons
tituída para opinar sobre o substitutivo da Câmara, puderam desfilar as vozes mais representativas
da iniciativa privada no Brasil.
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* * Norte e do Sul, de Minas e do Rio Grande do Sul, de São Paulo e do -
mato Grosso, do.Espírito Santo e do Paraná - representando grandes e pequenas empresas, autô
nomas e independentes umas das outras, muitos daqueles que se viram atordoados diante da amea
ça contida no Projeto aprovado pela Câmara, o qual. se aprovado, haveria de fulminar, em cur to
prazo, a iniciativa particular, puderam expÔr suas idéias e manifestar suas opiniões com a mai or
liberdade, do qüe resultou o completo esclarecimento dos eminentes Senadores, que puderam aferir,
rigorosa e seguramenàe, as sérias dificuldades que seriam opostas ao livre exercício da atividade
privada num setor dos mais importantes para a Nação. *