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Não resta dúvida de que, mais dia, menos dia, o Governo Federal
haverá de estabelecer o justo e acertadô critério que vem tendo sua adoção
entravada e impedida em alguns centros do País, por aqueles que, não se
preocupando com a crise nacional de telecomunicações dela se valem para
melhor explorar a boa fé do povo, oferecendo promessas vãs e inexequí
veis e apontando soluções fantasiosas que cada vez mais agravam o pro
blema e a cada dia mais martirizam a população brasileira.
A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO PROBRAMA EXPERIMENTAL
DE TELECOMUNICAÇÕES ATRAVÉS DE SATÉLITES ARTIFICIAIS
¦Jorge A. Lemgrübcr Emerick, da Cia Rádio-Intemocional
Diretor Executivo da Telebrasü
do Brasil —
Êste despretencioso resumo informativo, preparado especialmente
para os leitores do TELEBRASIL NOTICIÁRIO, já estava quase pronto
quando, na madrugada do dia 10 de Julho de 1962, foi lançado do Cabo
Canaveral, o primeiro satélite artificial projetado e construído especifica
mente para experiências de telecomunicações comerciais.
Os resultados animadores das primeiras experiências realizadas com
aquele satélite, denominado «TE LS T A R », obtiveram ampla cobertura em
tòda a imprensa mundial e despeitaram natural curiosidade pública por
esta ndva conquista da técnologia moderna.
Nosso objetivo, entretanto, não é o satélite «TE LSTA R ». Pretende
mos apresentar aos leitores do TELEBRASIL NOTICIÁRIO um históri
co do programa experimental de telecomunicações através de satélites,
focalizando, em particular, a participação do nosso País naquele progra
ma. Prometemos voltar ao «TE LS TA R », com informações detalhadas
sobre os resultados técnicos e científicos das experiências efetuadas, nu
ma das próximas edições do TELEBRASIL NOTICIÁRIO.
Desde o término da última Guerra Mundial, a procura de telecomuni
cações interurbanas e internacionais vem crescendo rápida e considera
velmente. Os modernos sistemas de micro-ondas e cabos coaxiais acompa
nharam êste crescimento de procura de comunicações internas, dentro
do mesmo País, e internacionais, dentro do mesmo continente.
Nas comunicações intercontinentais, entretanto, são empregados os
sistemas de rádio em onda curta (H F ) e, recentemente, os novos cabos
coaxiais submarinos. São de todos conhecidas as limitações dos sistemas
de HF quanto a sua capacidade de canais e sua confiabilidade. Quanto
aos cabos submarinos existentes, de elevado custo inicial, sua capacidade
de canais é apenas suficiente à demanda atual, prevendo-se uma situa
ção de congestionamento dentro de pouco tempo.
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