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funcionava na rua Direita (ponto mais serviço obstétrico particular, com mé
alto da cidade em 1884), cruzando pra dico e enfermeira, chegava ao local, e
ças, jardins e telhados, até à casa do o parto se processou normalmente. Tu
super civilizado usuário do telefone. do correu às mil maravilhas. No dia
Nos dias de chuva e vento os fios se seguinte a anônima telefonista rece
emaranhavam e as ligações ocasiona beu êste bilhete: «Um feliz avô, que
vam incríveis cruzamentos. Os empre foi ajudado por você, ontem à noite,
gados da Cia. usavam, então, compri agradece de todo o coração».
dos bambus com os quais reparavam
T E LE F O N IST A PRENDEU
os defeitos. A s ligações eram cerimo
LADRÕES
niosas e utilizavam-se termos assim:
— «Queira desculpar-me, V. Excelên Foi em Sorocaba. Numa importan
cia», ou «Vossa Excelência ligou erra te industria, certa noite, ladrões-ar-
rombadores usaram dinamite para
damente para meu telefone» etc. Não
abrir um cofre do escritório da firma.
havia os desafios e xingatorios de
Ao estourar o engenho, o fone saltou
hoje.
do gancho e ficou dando alarme. A
HOJE: 12 M ILH Õ E S D E C H A M A telefonista ouviu vozes e ruídos estra
D A S D IÁ R IA S nhos. Era noite. Solicitou auxílio da
Polícia que, comparecendo de surprê-
São Paulo tem hoje 24 estações
sa, apanhou os ladrões com a «boca na
telefónicas, das quais uma só é atendi
botija».
da por telefonista. A s outras são au
tomáticas. Há duas grandes estações COM Á G U A P E L A CINTURA NO
interurbanas, as do prefixo «01» e POSTO DE HONRA
«07» que são igualmente atendidas
Esta ocorreu em Lorena, uma vez
por telefonistas. A Cia. Telefônica B ra
que o Paraíba cresceu e inundou as
sileira emprega em São Paulo 17.000
regiões conVizinhas, incluindo a cidade
pessoas, das quais mais de 8 mil são
de Lorena, que ficou submersa, pra
telefonistas. Elas completam cêrca de
ticamente. O posto telefônico foi inun
12 milhões de chamadas diariamente,
dado também, e, durante dois dias, as
completando anualmente 4 bilhões e
telefonistas de Lorena permaneceram
meio de chamadas.
nos seus postos com água pela cintura,
H E R O IN A S D E V Á R IA S a fim de manter as comunicações e
F A Ç A N H A S garantir a chegada de socorro à cida
de, bem como aquietar milhares de
A rida de uma telefonista difere
pessoas que, de várias partes do país,
muito da existência levada por outro
solicitavam informações de Lorena.
tipo de moças que trabalham. Sua ta
O «D ia da Telefonista», que hoje se
refa diária é pontificada, muitas ve
festeja em todo o país, não objetiva
zes. por acontecimentos fora do comum
homenagear apenas as heroicas jovens
que as colocam num plano de diferen
que permanecem nas mesas das compa
ciação. Participam muitas vêzes na nhias telefónicas, mas também a essa
solução de graves e urgentes proble legião de moças e senhoras que ocu
mas alheios. Uma noite, um velho se pam mesas de PBX em milhares de es
nhor visitava a filha casada e seu critórios e indústrias espalhadas por
gênro se achaftra viajando. Foi quando todo o país, e que, como as outras, cum
a cegonha resolveu bater à poria da prem a patriótica e humana missão de
quele lar. Atrapalhado, o velho senhor, pôr em comunicação os seres humanos
depois de vacilar muito tempo, passou entre si pelo milagre da técnica. No
a mão no telefone e expôs seu proble dia de hoje a nação brasileira, como
ma à telefonista. Pediu ajuda. Meia vida e grata, homenageia as suas bra
hora depois, uma ambulância de um vas e heroicas telefonistas.»