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de observação e de equipamentos de fornecer melhor compreensão de nosso
telecomunicações. Dentre os planos eu planeta, servir como base para o homem
ropeus, mais próximos, para a observa partir para a conquista do sistema solar
ção da Terra destacam-se um satélite e como laboratório para uso científico e
para uso em oceanografia (ERS-1) e a tecnológico. Além do mais, tal como em
plataforma Columbus, em órbita polar. qualquer grande projeto, ela é elemento
catalisador para a integração e desen
Columbus volvimento de um grande número de
tecnologias de ponta, que cedo ou tarde
O projeto europeu, com participação se incorporarão, de uma maneira ou de
internacional, para colocar uma plata outra, ao dia-a-dia das populações.
forma tripulada em órbita até 1998, en Para o século XXI, os limites serão os
volve quatro elementos principais: fo da imaginação, disse o cientista da
guete lançador (Ariane 5), veículo de Nasa, prognosticando que minérios
transporte orbital (Hermes), labora serão extraídos da Lua, que a previsão
tório orbital habitado (Columbus) e sa do clima será uma ciência exata e que se
télite de comunicação de dados para su implantarão grandes laboratórios e fá
porte a toda a missão (DRS). O lançador bricas no espaço. Mas ainda há longo ca
Ariane 5 será uma evolução dos atuais minho a percorrer, afirma Philip Cul
foguetes comerciais Ariane e será proje berston, citando a necessidade de cria
tado para colocar quer 18 toneladas de ção de microgravidade artificial nas as-
carga útil em órbita de baixa altitude Projeto europeu de cooperação internacional tronaves (um problema que ninguém
quer 12 e 6,8 toneladas, nos casos de ór que visa orbitar o laboratório tripulado ainda resolveu na prática) e os perigos
bita polar e geoestacionária. O Ariane 5 Columbus, a ser lançado por um foguete que cercam as missões espaciais, como
poderá levar objetos de até 12 m de com Ariane 5, até 1998. bem demonstrou o dramático desastre
primento por 4,5 m de diâmetro e lançar com a nave Challenger. “O homem já
até três satélites em uma mesma missão e demonstrou que pode sobreviver por
está previsto para entrar em uso comer cará uma cabine pressurizada e com longos períodos de tempo em ambientes
cial, em 1995, afirmou Alain Perard. energia própria captada do sol, em uma sem gravidade, mas o tempo de recu
Explicou ainda o técnico que o Aria órbita de, aproximadamente, 400 km. peração em terra ainda é muito ele
ne 5 poderá ser configurado para carre Outro Ariane 5 enviará o táxi Hermes, vado”, lembra o norte-americano.
gar, ao invés de três satélites, um pe tripulado, para se encontrar com o mó Quanto à ligação entre o prograrna
queno táxi espacial (Hermes) dotado de dulo orbital onde se processarão experi Guerra nas Estrelas e os da Nasa, Cul
asas e capaz de levar ao espaço até três ências, tais como o crescimento de cris berston foi enfático: “Não há ligação
pessoas, numa cabine pressurizada e tais e a purificação de materiais para operacional entre ambos, a não ser o
trazê-las de volta. Eis como as coisas se uso farmacológico. eventual emprego de laboratórios da
passarão na colocação de um laboratório Acrescenta Philip Culberston, da Nasa (são únicos, sob certos aspectos) e o
no espaço: um primeiro Ariane 5 lan Nasa, que a instalação de uma plata desenvolvimento comum de tecnologia
çará um módulo orbital, ou seja, colo- forma em órbita serve a três propósitos: de aeronaves e de táxis espaciais.”
Algumas tecnologias para o século XXI
Sem querer esgotar o assunto, eis al • Automação robôs com mais inteli • Computador mais rápidos, mais ca
guns caminhos para a pesquisa científica gência (acoplados a sensores e com capaci pazes de arm azenar informações, com no
e tecnológica, ao início do segundo m i dade de reconhecer objetos) serão empre- vas arquiteturas e dispositivos. Software
lênio. ados em fábricas flexíveis automatiza- evoluindo para inteligência artificial, re
as, em reatores nucleares e em tra n s conhecimento de imagens (sensoriamento
• Energia: o uso de combustíveis fósseis porte de m ateriais. No escritório e no co remoto, robótica), programação autom á
(carvão, petróleo, gás), não renováveis, mércio novos sistem as de comunicação e tica, computação gráfica, sistem as espe
aumenta a concentração de dióxido de car armazenamento de informação revolucio cialistas interligados (diagnósticos auto
bono na atmosfera, contribuindo para o narão a administração. máticos). Projeto, fabricação, teste e su
efeito estufa (aum ento da tem peratura porte à decisáo. suportados por compu
média da Terra), que ao derreter gelo polar • Espaço proliferação de satélites para tador.
eleva o nível médio dos mares. Acidentes com unicação, sensoriam ento rem oto,
como ThreeMilelslande Chernobyl para coleta de dados, observação astronômica e • Materiais: a supercondutividade per
lisaram a construção de novas usinas nu meteorológica. Plataformas espaciais ( la m itirá novos avanços na geração, tran s
cleares. Energia solar, eólica, geotérmica, boratórios em órbita) para experimenta missão e arm azenam ento de energia elé
biomassa não substituem, por ora, os com ção e fabricação com novos processos e ma trica. Novas baterias metal-hidrogènio.
bustíveis fósseis, à exceção do álcool Al teriais. Geradores elétricos magneto-hidrodinà-
ternativa viável será a fusão nuclear, micos. Diagnósticos médicos por imagem
porém mais pesquisa será necessária para • Comunicações: recepção direta de de ressonância magnética. Chips menores
determinar suas reais limitações. televisão, via satélite. Aumento da trans e mais rápidos. Elementos Josephson com
• Transporte: a ferrovia é transporte missão de dados. Rede Digital de Serviços supercondutividade para computadores
de massa rápido, não poluente, perm i Integrados. Localização e comunicação m ais rápidos. Processos fotoquímicos de
ueima de buracos em chips. M etalurgia
tindo aos p assag eiro s bom uso de seu com objetos móveis. Rede de fibras ópt icas 3
tempo. Motores elétricos lineares (bobi de a lta capacidade. Cabos ópticos sub e novos metais. Cerâmicas.
nas magnéticas ao longo dos trilhos) con marinos.
duzem a vagões mais baixos e a túneis me- • Biotecnologia novos vegetais mais
troviários ue menor diâmetro. Em desen • Lar: televisão de alta definição (tecni- resistentes, sem uso de pesticidas. Bio-
volvimento, o trem de 500 km/hora, levi camentejá operacional ) com padronização chips (informática) e biorreator (energia).
tado magneticamente usando supercon sendo discutida internacionalmente. Tela Divisão do embrião anim al in vitroe sua
dutividade (Japão). Na Europa, lançado o plana, de duas dimensões, com emprego de reim plantação para duplicação de reba
programa Prometheus, de tráfego indivi tran sisto res de film e fino. Autom ação nhos. Vegetais híbridos. Fertilizações, in
dual integrado com uso de computadores a geral do lar, com controle ambiental auto vitro.
bordo e telecomunicações. Além do avião mático, robôs inteligentes e sistema inte
hipersônico. grado de comunicação e laser eletrônicos.