Page 5966 - Revista Telebrasil

As telecomunicações da
Veio ao B rasil, agora pela segunda
vez, como co n feren cista a convite da
E m bratel (a 1.“ foi em 84 por ocasião do
Concin, em S.Paulo), A nthony G.Oetin-
g e r, 56, n ascid o n a A le m a n h a , m as
agora cidadão norte-am ericano, com es­
tudos efetuados na França e que se auto-
define, m odestam ente, como sendo um
"en g en h eiro eletropolítico”. N a re a li­
dade, ele é m uito m ais do que isto e den­
tre o u tras atividades ocupa o cargo de
chairm an do C entro de Pesquisa sobre
Políticas de Inform ação, que fundou, em
1972, n a U niversidade de H arvard.
O M ap a d a M ina
Em prim eiro lugar, advertiu o con­
f e r e n c is ta , q u e f a la r ia em
gerais, m as cuidou de frisar que suas ob­
servações, ain d a que a b stra ta s, eram
fruto de pesquisas bastante detalhadas
e fe tu a d a s por esp ecialistas do m undo
inteiro. A seguir, um resum o de sua pa­
lestra:
O negócio da inform ação, como qual­
quer outro tipo de negócio, é influencia­
do por fatores-chave, dentro os quais se
d istin g u em os aspectos dem ográfico e
tecnológico. À luz desta prem issas, po­
dem ser explicadas, por exemplo, as ra­
zões q u e le v a ra m ao d esreg ram en to
(queda de monopólio) das telecom unica­
ções nos Estados Unidos.
Assim, depois da 2." G uerra M undial,
a p e n a s 45% dos am e ric an o s tin h a m
telefones. No período entre 45 e 70, o po­
der agrário — então m uito poderoso nos
E stados U nidos — motivou um a política
de subsídios cruzados, na AT&T, a fim
de prover telefones fora do am biente u r­
bano. As ligações à longa distância fi­
Oetinger, de Harvard: seria uma loucura seguir qualquer modelo an­
tes de verificar se ele se aplica ao país.
era da incerteza
nanciavam a expansão, a nível local e
rural.
J á em 1980, a situação dem ográfica
havia m udado e o meio ru ral só respon­
dia por 35% da população, com conse­
quente perda de seu poder político. A de­
cisão jurídica B aker versus K arr, em 62,
m arcaria o início de nova ten d ên cia,
quando com eçaram a su rg ir regulam en­
tações dando m aior liberdade na área de
grandes clientes em detrim ento do mo­
nopólio existente nas telecom unicações.
Com eçava a desintegrar-se a idéia de
telefone para todos.
Quanto à tecnologia, o im portante é
perguntar quem a utiliza e a que preço.
Sob este aspecto a tecnologia da eletrô­
nica não compete sozinha para resolver
te rm o s
os problem as da sociedade. E strategica­
m ente, a eletrônica está de fato levando
vantagem , m as sob o aspecto tático às
vezes pode ficar em desvantagem .
Por exemplo, o preço da difusão me­
cânica da informação, como atualm ente
é feito por videocassetes, compete com o
da tecnologia eletrônica. E d en tro do
mesmo raciocínio, não é líquido e certo
que o custo de um a fibra óptica (u tili­
zada em CATV) para levar um a fita de
cinema até a residência de cada indiví­
duo seja, hoje, algo compensador.
Todavia, o que se percebe, é que nas
áreas de energia e de m atéria-prim a os
custos relativos aos fatores trab alh o e
capital só têm feito crescer, ao invés de
um item — o investim ento de capital ne­
cessário à in d ú stria de inform ação —
que, historicam ente, só tem feito dim i­
nuir. Isto equivale a dizer que o chip tor-
nou o m u n d o d a in fo rm a ç ã o
barato.
A R a z ã o d a Instabilidade
Após longo período de tranquilidade
o m undo das telecomunicações, que per
m aneceram estáveis durante 30 ou 40
anos, p assaram a enfrentar uma rela­
tiv a tu rb u lên cia. Começaram a apare-
cer diversas opções de crescimento, alge
bem diferente de um a situação em que
tudo perm anece estável (vide quadro I
E ntão, para decidir entre tais opçóe« j
há que se ver em que época e porque ra­
zões adotaram -se determinados cami­
nhos, visto que o equilíbrio de uma .*;• ;
tu a ç ã o a p a re n te m e n te estável pod-
rom per de súbito, historicamente. Cor
tudo, a decisão de escolher entre esteou
aquele cam inho, dependerá do desejo e
da vontade da sociedade de cada país j
P ara o conferencista, a maior parto
das m udanças bruscas, na área das co­
m unicações, já ocorreram, com o desrt
gram ento ocorrido nos Estados Unidos
In g laterra e Japão, e a semelhança de
econom ia m undial, que hoje é uma só.
tev e g ran d e repercusáo no mundo in­
teiro. 1
Não se recusando a responder a ne­
n h u m a p erg u n ta, Oetinger disse a se­
g u ir que provavelm ente o principal fa­
tor que m otivou o desregramento das ov I
m unicações nos Estados Unidos foi. sem I
dúvida, a pressão por parte do setor in-1
dustrial e de serviços à procura de tari-1
fas m ais b a ra ta s para suas necessida-1
des. Por outro lado, ele reconheceu que I
isto "foi um grande traum a para o pes- 1
soai das operadoras e há os que se tor-1
n aram infelizes com a medida e há os I
que a aplaudiram . Todavia, o número 1
ch am ad as locais tem crescido, apesar j
m a is das tarifas realistas que lhes foram apli-1
cadas, explicou o conferencista i
Decisões a serem tomadas, hoje, nas comunicações *
Segmento Opções
—
Estrutura do setor Competição versus Monopólio
Papel do Governo Intervenção versus Laisser Faire
Tarifas Com ou sem Subsídios Cruzados
Nível de Jurisdição Internacional, Federal. Estata Loca
Demanda Alta e Constante ou Baixa e Vanave
Serviços Concentrados ou Distribuídos
• O mesmo que Telemática, só que ao reverso significando a unu- :
dos computadores e das TCs.