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BILHETE AO LEITOR

CONCLAP DISCUTE SERVIÇO TELEFÔNICO N A CONFERÊNCIA

DE COMÉRCIO EXTERIOR

Hugo Soares

O magnífico trabalho submetido pela ilustre delegação do Conselho

Superior das Classes Produtoras ao plenário da recente Conferência do

Comércio Exterior, realizada em Belo Horizonte — aprovado sem quais­

quer restrições — houve por bem consagrar e recomendar três princípios

por cuja adoção nos vimos batendo, desde a fundação da T E LE B R A SIL

e do aparecimento dêste boletim de divulgação: —

1* — A necessidade do estabelecimento de condições adequadas à

expansão e melhoramento do serviço telefônico do país, através da ini­

ciativa particular e do capital nacional;

2 — As inconveniências da estatização dêsse importante serviço

público e os ponderáveis benefícios que por certo colheriamos deixando

em mãos da iniciativa privada a responsabilidade de sua operação, com

a democratização paulatina do capital das emprêsas concessionárias, me­

diante a participação, nèle. do< próprios usuários do serviço, isto é, a ado­

ção generalizada do autofínanciamento;

3* — A necessidade inadiável de execução de um plano de raciona­

lização tarifária que, pondo fim ao regime de tarifas demagógicas, não

remunerai iva- — principal fator de garrotamento da livre iniciativa no

campo da telecomunicação — torne possível, eventualmente, às operado­

ras, expandir suas réde^ e ampliar o serviço sem a necessidade da con­

vocação compul-ória do capita! dos usuários, como hoje se faz mister, em

vista da política vêsga t imperdoável até aqui adotada pelos poderes con-

cedentes na fixação de suas tarifas.

Dada a oportunidade da excelente recomendação formulada pelo CON­

CLAP, ditada peln preocupação das Classes Produtoras em face da inér­

cia das autoridades na busca de uma solução para o problema — trans­

crevemos. a seguir, em sua íntegra, o trabalho em aprêço, na certeza

de que estamos, desta maneira, prestando merecida homenagem àqueles

que, em Belo Horizonte, corajosamente, souberam dar ao assunto a im­

portância e o relevo merecidos, indicando à Nação o esquema seguro,

sensato e honesto para o restabelecimento da normalidade e do progresso

do sistema nacional de telecomunicações.

Esta a mensagem do C O N C LA P: —

«O PROBLEM A TELEFÔNICO E 0 BR ASIL

— Comprovado como está o insucesso do Governo como industrial e como

administrador de serviços de utilidade pública, estando aí aos nossos

olhos os exemplos contundentes da Fábrica Nacional de Motores, da

Fábrica de Álcalis, do Serviço Telegráfico, da Navegação Marítima,

das Estradas de Ferro, dos Serviços Portuários e de muitos outros;

— Admitido, como é por todos, que as indústrias do Govêrno e os ser­

viços de utilidade pública sob sua administração são os principais

causadores da inflação galopante e avassalante que asfixia o país e

torna seu povo cada vez mais pobre, em virtude da torrente de emis­

sões de papel-moeda que se vêm fazendo para cobrir os déficits gigan­

tescos e cada vez maiores de tais serviços;