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0 ESTADO para a luta pelo desen uma feita me disse um seu colega de
volvimento» (destaques nossos). ideologia, que no Brasil a iniciativa
particular nada constrói; só o Estado
Dado que o Sr. Celso Furtado vi é capaz de fazê-lo!
veu muito no estrangeiro, fica-se a
pensar que as proposições supratrans- ? * *
critas talvez não se refiram ao Brasil
e sim a algum outro país. Porque qual 2) O Estado, no Brasil, por defi
quer pessoa que tenha observado, mes ciência de educação política, tem de
mo superficialmente, o desenvolvimen monstrado uma INCAPACIDADE
to econômico do Brasil, não alimenta CATASTRÓFICA na realização e ad
qualquer dúvida sobre o seguinte: ministração de seus empreendimentos.
1) a iniciativa privada em empre Deixemos de lado, para poder re
endimentos de infraestrutura só fa sumir, tôdas as interferências da polí
lhou no Brasil quando o Poder Públi tica em Volta Redonda, na FNM, na
co impediu que ela se exercesse, ne Álcalis, nas administrações ferroviá
gando-lhe, nos vários períodos infla rias etc., para só citar dois casos que
cionários que o país atravessou, o o Sr. Furtado omite, inexplicavelmen
REAJUSTAMENTO TARIFÁRIO DE te: a) BRASÍLIA, a maior e mais da
TERMINADO NA CONSTITUIÇÃO nosa loucura praticada pelo govêrno,
para a remuneração do capital das em- com desperdício de mais de meio bi
prêsas e conseqüente capacidade de lhão de dólares, fora o r esto; b) DÉ
atrair novos recursos para a expan FICITS SALARIAIS de 1,5 bilhões de
são e melhoramento dos serviços. cruzeiros por mês, déficit de consumo,
Só não sabe disso quem viveu no portanto, para sustentar o «clã» pe-
mundo da Lua. Verificou-se nas estra leguista do Presidente da República.
das de ferro, como nos empreendimen E’ inacreditável que, diante da evi
to hidrelétricos, como nos serviços mu dência dessas dilapidações, ainda haja
nicipais de transportes, de esgoto etc. quem proponha transferir a mingua
Os exemplos aí estão à vista de todos. da poupança nacional para as mãos
A Light, por exemplo, emprêsa que, do Estado!
como tenho repetido, mereceria uma Aponta o Sr. Celso Furtado os des
estátua na praça pública de São Pau perdícios que se verificam atualmen
lo e outra no Rio, pela contribuição te nos «investimentos em residências
ímpar dada ao desenvolvimento do de luxo em clubes suntuosos ou em
país, está agora mesmo sendo escorra moeda estrangeira». O consumo de lu
çada pelo eminente Governador Car xo é sabidamente um produto genético
los Lacerda, enquanto o governo fe da inflação (aqui como em qualquer
deral, no caso o poder concedente, ne outro país), do contrabando e do con
ga-lhe os recursos estipulados nos trole estatal do câmbio e das licenças
contratos e na Constituição. No Rio de importação, que proporcionam a
Grande, a emprêsa concessionária alguns felizardos, mesmo sem corrup
vendia o quilowatt a 5; o governo es ção, lucros fantásticos. Indágue e verá.
tadual confiscou-a; passou a cobrar 10 A fuga da moeda na inflação desbra
e o serviço piorou. As estradas de fer gada é o simples produto de sua des
ro, idem, idem, etc. valorização ininterrupta PELO GO-
Desde 1920 que empresas estran VÊRNO!
geiras e nacionais se propõem a expor * * *
tar minério de ferro e a produzir aço.
Mas o governo segue a política de «O 3) Em sua cegueira pela hipertro
minério é nosso», monopolizando dire fia econômica do Estado, esquece-se
ta ou indiretamente essas atividades. Celso Furtado das conotações políti
E vem o Sr. Furtado dizer, como de cas que isso envolve. Porque a onipo-
S