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cionais e que a dem anda de linhas, no A alegação de que as indústrias em
Brasil, crescera assustadoram ente consti funcionamento no Pais não passam de
tuindo séria crise, e tendo em vista, por subsidiárias de emprêsas estrangeiras deve
outro lado, a gravidade da conjuntura eco ser repelida vigorosamente, porque injus
nômica e a carência de divisas deliberou ta e tendenciosa. As indústrias nacionais
o Govêrno Federal, há 3 anos passados, têm autonomia completa, são brasileiras,
instituir o plano nacional para a instala nacionalizadas, e das emprêsas originárias
rão da indústria de equipamento telefô conservam os nomes porque êstes consti
nico. tuem, ninguém o ignora, um patrimônio
A ésse plano se vincularam empresas moral e inestimável, uma tradição hon
de reconhecida tradição no País, assumin rosa de técnica e de probidade que o Brasil
do sérios encargos financeiros edificando não se envergonhará jam ais de haver as
imensas áreas industriais, contratando téc similado.
nicos especializados e recrutando e prepa Muito ao contrário da alegação da
rando milhares de operários brasileiros. CRT haveria sensível economia de divisas
Tão grande e tão bem sucedido foi é^se se fòsse acolhida proposta nacional. Os
esforço, que, nos prazos previstos, conse observadores da CRT incidiram em êrro,
guiu a nossa indústria atingir índices-va- pois falam em 30% e 50% de índice indus
lòres de nacionalização inteiram ente sa trial. ao se referirem ao grau alcançado
tisfatórios e cumprir amplamente os com pela indústria nacional, quando ésse ín
promissos assumidos para com o Govêrno, dice chega, em certo caso, a 85%. Aliás,
que, por sua vez, proporcionou às empre no próprio processo de concorrência da
sas integradas no plano as condições in CRT lá estão as propostas das_ emprêsas
dispensáveis para 'todo ésse desenvolvi brasileiras com a especificação exata:
mento. ATE — 50%; Ericsson — 80 %é Siemens
Como corolário, contava a indústria — 85%.
nacional, como conta, com as encomendas Só poderíamos entender o lapso da
de todos os pontos do território nacional, CRT admitindo que ela se refira a índi
e só assim poderá m anter a sua produção ces registrados há mais de um ano atrás.
em índice econômicos. Entretanto, jã . Em doze meses o progresso foi imenso;
primeira concorrência pública que encon e. quanto a êste aspecto, ninguém com
tra a indústria nacional aparelhada para mais autoridade para julgar do que os pró
fornecer o seu produto, frustra-se tanto, prios órgãos oficiais responsáveis pela
esforço e se procura im portar equipamei. apreciação do pedido de importação, pois
to estrangeiro, fabricado por uma empre que dispõem a respeito de elementos se
sa que nem ao menos domicilio possui no guros, colhidos na fiscalização periódica
Pais. a que submetem as emprêsas vinculadas
Que a CRT procure defender os seus ao plano nacional.
pontos de vista podemos entender É um Quanto a preços, só um artifício de
direito seu. O que é incompreensível é que cálculo, como passaremos a dem onstrar,
vá ao ponto de ignorar não só o progresso poderia dar o resultado apresentado pela
da indústria nacional de equipamento te CRT. Dada a natureza das propostas, viu-
lefônico, mas a própria existência desta. se a CRT obrigada a analisar preços de
Neste passo é que vão os nossos mais enér equipamentos de tipos e qualidades dife
gicos reparos à lamentável manifestação rentes. Produtos heterogêneos. Por via
cia CRT. no seu afã de denegrir, desacre de conseqüéncia, de preços tam bém diver
ditar e desnaturar a nossa indústria. sos. E a emprèsa estrangeira ofereceu pre
Afirma a CRT: ai que as indústrias cisamente dois produtos heterogêneos: o
de equipamento telefônico que aqui fun Crossbar e o STROWGER, o primeiro mais
cionam são meras subsidiárias de emprè- caro. O que a CRT fêz, para encontrar
sas_ estrangeiras: na proposta da emprêsa estrangeira um
b) que a compra do equipamento na custo médio aparentem ente inferior, foi
cional não constitui economia de divisas: somar as duas parcelas, a do custo do
c) que a indústria nacional teria atin Crossbar, e a do STROWGER. Resultado
gido apenas 30% de indice industrial: artificial, irreal. Por êsse processo poder-
d» que não existe produto nacional si se-ia ir mais longe ainda, se a emprêsa
milar àquele cuja importação é preten estrangeira incluísse um terceiro e um
dida: quarto produtos de preços ainda mais
e) que o preço apresentado pela in baixos...
dústria nacional era superior ao ofereci Mas o resultado seria outro se os pre
do pela competidora estrangeira; ços oferecidos pelas emprêsas nacionais
f) finalmente, que as condições de fi íòssem cotejados pelo critério correto, que
nanciam ento desta eram mais favoráveis. seria a comparação com o preço do equi
É fácil dem onstrar que tòdas essas pam ento do mesmo tipo. da emprêsa es
afirm ativas carecem inteiram ente de pro trangeira. Então se m ostraria m eridiana-
cedência. m ente que a indústria nacional apresen-